Urgência pediátrica do hospital da Póvoa de Varzim deixa de atender casos menos graves

Administração da unidade de saúde fala em familiarização com o projecto: metade das crianças que vão às urgências já chega previamente referenciada pela Linha de Saúde 24.

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Utentes devem ser previamente referenciados pela linha SNS24 ou pelo INEM Nelson Garrido (arquivo)
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As crianças com mais de um ano que a partir desta terça-feira recorram ao serviço de urgência da unidade local de saúde (ULS) da Póvoa de Varzim/Vila do Conde vão deixar de ser atendidas se não forem casos urgentes e se não tiverem sido referenciadas pela linha de Saúde SNS24 ou através do INEM/CODU ou por um médico de família.

Quase um ano depois de se ter estreado nesta unidade de saúde o projecto-piloto Ligue Antes, Salve Vidas” já permitiu que cerca de 93% dos doentes adultos cheguem às urgências já previamente referenciados.

De acordo com os dados partilhados pela ULS num comunicado enviado às redacções, no caso do serviço de urgência pediátrica, 50% das crianças atendidas já chegam previamente referenciadas. Com o alargamento do procedimento da urgência de adultos à pediatria, pretende-se alcançar os níveis de auto-referenciação já atingidos no atendimento de adultos”, estima a unidade de saúde.

Ao PÚBLICO, o presidente do conselho de administração do hospital, Gaspar Pais, explica que, para avançar com o alargamento às crianças deste projecto, adaptou-se a portaria que regulamenta esta extensão à Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho, o primeiro hospital do país a alargar estas mudanças nos acessos aos cuidados de saúde à urgência pediátrica.

Alargámos aquilo que se aplicou em Gaia, que, tanto quanto sei, estava a ter sucesso”, refere Gaspar Pais, para lembrar: “Já há uma aculturação deste projecto, as pessoas já estão familiarizadas. É um projecto que vai fazer um ano, as pessoas aderiram.”

À semelhança do que sucede no caso dos adultos, em vez de serem atendidas nas urgências, as crianças com mais de um ano que não sejam consideradas casos urgentes (pulseiras azuis e verdes) e não tenham sido previamente referenciadas vão ser reencaminhadas para uma consulta nos centros de saúde, que deverá ocorrer no mesmo dia ou no dia seguinte.

Mas há excepções: a portaria que regulamenta este processo refere que ficam de fora destas regras as crianças abaixo de um ano e os verdadeiros casos urgentes, como crianças com problemas crónicos, casos de acidentes, entorses ou com risco de fracturas, por exemplo.

De acordo com a nota à imprensa da referida ULS, o princípio da referenciação prévia é um dos objectivos do lançamento, em Maio de 2023, da 1.ª fase do projecto-piloto”. O programa potenciou, desde o arranque da 2.ª fase, em Janeiro deste ano, a marcação directa, nas Unidades de Saúde Familiar, de 8731 consultas, originando, em paralelo, 2482 referenciações para marcação de consulta (entretanto, já efectivadas).

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