United Airlines adia primeira rota directa entre Algarve e EUA

Faro-Newark faria história e estava marcada para levantar voo em Maio, mas a United teve de adiar várias rotas, incluindo esta. A empresa confirma estreia para 2025.

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United AIrlines avança para Faro só em 2025 Reuters/Brendan McDermid
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Seria uma das grandes novidades aéreas da Primavera/Verão no Algarve, cada vez mais apostado no crescente mercado norte-americano, mas a primeira rota directa entre Faro e os EUA não vai realizar-se este ano. Anunciada pela United Airlines para estrear-se em Maio, a rota Faro-Newark, confirmou a companhia à Fugas, só deverá começar em 2025.

As primeiras dúvidas sobre a estreia da rota no próximo mês foram avançadas por um site de consultoria de aviação, o Cirium, com o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, a lamentar ao jornal algarvio Barlavento o cancelamento ou, no caso, o agora confirmado adiamento: "Não era a notícia que desejávamos, mas continuamos a trabalhar estrategicamente rumo àquilo que tínhamos definido", considerando os EUA "um mercado estratégico" para a região.

À Fugas, a United confirmou que o voo de e para Faro não se vai realizar este ano, como já era evidente pela sua ausência, desde há uns dias, do site da companhia. O gabinete de comunicação da gigante americana explicou que "atrasou" o início das "novas rotas entre Tóquio e Cebu, nas Filipinas, e entre Newark e Faro, em Portugal".

A empresa sublinha na nota que a rota não foi de facto cancelada, apenas adiada, reforçando: "Planeamos começar a rota de Faro no Verão de 2025", refere, apontando que o adiamento das rotas para as Filipinas e Portugal se deve ao facto de estar sob uma auditoria da reguladora aeronáutica norte-americana, o que levou a que esta "suspendesse algumas actividades de certificação".

Em relação aos passageiros que já tinham comprado bilhetes para as rotas canceladas este ano, a United Airlines assegura que "os clientes afectados podem receber reembolsos totais ou remarcar a sua viagem" numa das "companhias aéreas parceiras sem qualquer encargo".

À Lusa, o presidente do Turismo do Algarve tinha entretanto comentado a questão, indicando que, apesar de haver um "desejo grande de todos na região" que a rota começasse este ano, a sua falta não alterará a estratégia de captação de turistas norte-americanos. "Se era um mercado que já vinha a crescer desde a pandemia [de covid-19] sem ligações directas, não temos razão para que ele não continue a ter crescimento este ano", disse André Gomes. Nos primeiros oito meses de 2023, assinala-se, o turismo dos EUA já tinha crescido 29,3% em relação a 2022 e 40% face a 2019.

United em auditoria

A razão do adiamento de rotas prende-se com o facto de a United estar sob uma investigação da Federal Aviation Administration (FAA), que decidiu, enquanto o processo está a decorrer, "suspender algumas actividades de certificação" - uma das consequências é precisamente o "adiamento" da rota Algarve-EUA. A investigação, ou oficialmente "um aumento de supervisão" da United e uma "avaliação formal", decorre por terem sido registados uma série de incidentes de segurança. Um deles, a 15 de Março, consistiu em ter sido detectada a falta de um painel externo num Boeing 737 (avião que tem originado muitos e graves problemas) da United quando este aterrou em Oregon, o que deu origem à investigação da FAA, confirmava a Reuters. A agência indica também que a Associação de Pilotos de Companhias Aéreas dos EUA já tinha referido que a avaliação formal da FAA é uma espécie de auditoria a que as transportadoras são submetidas sistematicamente com alguns anos de intervalo e que a United teve a sua mais recente em 2018.

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