Nabiam admite voltar a candidatar-se à Presidência da Guiné-Bissau

Derrotado por José Mário Vaz na segunda volta das eleições em 2014, o líder da APU diz que está “em condições para ser candidato” outra vez, agora com o apoio do PAIGC.

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Nuno Nabiam, líder da APU, que assinou um acordo de coligação com o PAIGC Reuters

O mandato de José Mário Vaz termina a 23 de Junho, ainda não há eleições presidenciais marcadas, nem sequer novo Governo, mas Nuno Nabiam, o líder da Aliança Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) admite que poderá vir a ser de novo candidato.

“Naturalmente estou em condições para ser candidato, estou pronto para participar mas eleições, mas estou à espera que o partido se pronuncie sobre o assunto”, disse Nabiam ao PÚBLICO. “O meu partido está a analisar a questão e na altura certa irá pronunciar-se”, acrescentou.

Segundo o candidato derrotado na segunda volta das presidenciais guineenses em 2014, o seu partido não coloca nenhuma objecção a que as eleições presidenciais se realizem na data sugerida pela Comissão Nacional de Eleições. “Não temos qualquer objecção sobre a data de 3 de Novembro, só queremos que a data seja anunciada de forma oficial para cada um começar a fazer o seu trabalho de base”, afirmou.

Sobre o facto de, com isso, José Mário Vaz ficar na presidência cinco ou seis meses para lá do seu mandato, Nabiam não levanta qualquer questão: “Não vai incomodar o novo Governo e não temos problema quanto a isso”.

A APU-PDGB ficou em quarto lugar nas legislativas de 10 de Março, elegendo cinco deputados, aceitando coligar-se com o PAIGC, que ganhou as eleições sem renovar a maioria absoluta (ficou com 47 deputados em 102), para lhe permitir um apoio estável para governar.

O partido de Nabiam vai ter alguns ministérios no novo Executivo de Domingos Simões Pereira, como confirmou o seu líder: “A APU assinou um acordo com o PAIGC, este acordo prevê fazer parte do Governo”. No entanto, só quando o Presidente nomear o primeiro-ministro é que “vamos discutir com o PAIGC as pastas e os lugares no Governo”.

Desse acordo de governação poderá também sair um apoio do PAIGC à sua candidatura, embora, como refira ao PÚBLICO o líder da APU, ainda nada esteja acordado: “Se participar nas presidenciais, podemos eventualmente negociar com o PAIGC, mas são coisas para conversar”. 

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