Greve dos médicos mantém adesão de 90% no segundo dia

Sindicato Independente dos Médicos diz que maior parte das consultas e cirurgias programadas ficaram por realizar.

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A greve de dois dias começou na quarta-feira Miguel Manso

A greve dos médicos continua nesta quinta-feira a registar uma adesão na ordem dos 90%, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), uma das estruturas que convocou a paralisação nacional de dois dias, que começou na quarta-feira. Na sexta-feira os serviços vão continuar a funcionar a meio-gás, uma vez que o Governo deu tolerância de ponto por ocasião da visita do Papa.

Segundo o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, a adesão ao segundo dia de greve está a ser muito semelhante à do primeiro, "talvez até um pouco superior". Vários blocos operatórios continuam encerrados, nomeadamente nos grandes hospitais, como Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Hospital de São João no Porto, Hospital de São José e de Santa Maria, em Lisboa ou Hospital de Ponta Delgada, de acordo com alguns exemplos do SIM.

Roque da Cunha voltou a apelar ao ministro da Saúde para que o Governo retome as negociações com os sindicatos. Contudo, até ao momento ainda não foi marcada qualquer reunião. "Nós reafirmamos a vontade de retomar negociações. Estamos disponíveis a partir já de sexta-feira", disse o secretário-geral do SIM, um dos dois sindicatos que convocou a greve nacional de médicos, a par com a Federação Nacional dos Médicos (Fnam).

O secretário-geral do SIM enalteceu ainda o facto de quase todos os partidos políticos terem manifestado compreensão com a greve dos médicos, "com muitos a indicarem que a paralisação pretende fortalecer o SNS". Consultas e cirurgias programadas estão a ser os serviços mais afectados nestes dois dias de greve, com os profissionais a cumprirem obrigatoriamente os serviços mínimos, que contemplam as urgências, quimioterapia e radioterapia ou transplantes.

A limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência (que agora é de 18 horas) e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.

Os sindicatos também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%. Exigem a reversão do pagamento dos 50% com retroactividade a Janeiro deste ano, sendo que a tutela já repôs 75% do pagamento em Abril e prometeu os 100% mas só para Dezembro. O Ministério da Saúde tem dito que não negoceia sob pressão e considera-se empenhado no diálogo com os sindicatos médicos.

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