Hiroshima quer retirar pokémons da zona de homenagem às vítimas da bomba atómica

A localidade situada no ocidente do país quer eliminar os seres virtuais até 6 de Agosto, dia do 71.º aniversário da explosão da bomba.

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REUTERS/Kim Kyung-Hoon

A localidade japonesa de Hiroshima pediu à operadora do jogo para telemóveis Pokémon Go que retire as criaturas alvos do jogo do Parque da Paz da cidade, que homenageia as vítimas da bomba atómica de 1945.

As autoridades locais pediram à companhia Niantic, parceira da Nintendo e da Pokémon Company na criação do jogo, que elimine pokeparadas e ginásios existentes no jogo de realidade aumentada, da zona que sofreu o primeiro ataque nuclear da história, revela a comunicação social nipónica.

A localidade situada no ocidente do país quer eliminar os seres virtuais até 6 de Agosto, dia do 71.º aniversário da explosão da bomba atómica e ocasião para uma cerimónia de homenagem, que as autoridades temem que fique afectada por causa do jogo.

Cerca de 30 localizações do parque aparecem destacadas no jogo como palcos de eventos interactivos e reuniões entre jogadores e outras três são ginásios para os pokémons ("animais" que os jogadores devem apanhar e treinar para lutar entre si), entre as quais o Memorial da Paz Genbaku Domu, monumento que ficou em pé no desastre e que é considerado símbolo da devastação.

O abc do Pokemon Go

O governo da cidade de Hiroshima argumentou na carta enviada à Nintendo que as instalações “estão destinadas a rezar pela paz, algo que a situação está a dificultar”. O governo objecta ainda que o aglomerado de gente pode provocar uma “perda da atmosfera e tranquilidade próprios do memorial”.

Hiroshima já colocou dez cartazes no Parque da Paz para apelar aos jogadores que usem o telemóvel de modo responsável e cuidadoso.

Outras localidades japonesas também já pediram a retirada do jogo, como Nagasaki, que também foi alvo de uma bomba atómica a 9 de Agosto de 1945. Outras entidades que não querem ser integradas nos mapas do jogo de realidade aumentada são a Corte Suprema do Japão, que quer impedir que os pokémons apareçam nos 486 tribunais ou a proprietária da central nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (TEPCO).

A companhia TEPCO fez o pedido depois de descobrir que um dos seres virtuais do jogo se encontrava na sua área, pelo que quer evitar intrusões como na central nuclear de Ohio, nos Estados Unidos da América, em que três adolescentes transgrediram a área restrita do estabelecimento industrial.

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