Favoritos… ou talvez não

Alguns dos candidatos a secretário-geral da ONU

Foto
Quem sucederá a Ban Ki-moon? Candidatos não faltam

Vesna Pusic

Ministra dos Negócios Estrangeiros croata até Fevereiro, Pusic afirma-se como “uma candidata que não é neutra em termos de género”. É a única entre os oito concorrentes ao cargo a dizer que uma mulher secretária-geral da ONU transmitiria uma “poderosa mensagem do nosso compromisso com a igualdade”. Recorda a sua própria experiência enquanto cidadã de um país em guerra (a ex-Jugoslávia) com uma missão de paz da ONU, e dos problemas de “tropas de paz que não mantinham a paz, áreas seguras que não o eram”, e o que com isso pode contribuir para a desejada reforma da ONU.

Danilo Türk

O programa do ex-Presidente esloveno tem vários pontos de contacto com António Guterres. Fala em cooperação com organizações regionais com a União Africana, e a necessidade de ir ao encontro da sociedade civil, das empresas e da academia, e construir sinergias. Fala nos “actores não estatais” que tornam cada vez mais complexa a manutenção da paz e da segurança e, ainda como Guterres, menciona o conceito da “diplomacia preventiva” como prioridade da ONU. O objectivo é ajudar os governos a confrontar ameaças emergentes, reforçar a coesão social, sem esquecer que os direitos humanos estão no centro da acção da ONU.

Irina Bokova

Directora-geral da UNESCO desde 2009, a búlgara Irina Bokova estudou em Moscovo e em Harvard (EUA), e é uma campeã da memória do Holocausto. “Face a uma nova geração de ameaças, temos de redefinir e as operações de paz”, afirma. “Precisamos de uma acção integrada para lutar contra a ameaça do extremismo violento e do terrorismo, que nunca deve ser associado a uma religião ou crença.”

 

Helen Clark

A ex-primeira-ministra neo-zelandesa, três vezes reeleita para o cargo, e actual directora do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) é a terceira figura na hierarquia da ONU. Não apresentou ainda o seu documento de “visão” para o cargo de secretária-geral, mas não assenta a sua candidatura no facto de ser mulher. “Sempre me apresentei a eleições como a melhor pessoa para um lugar”, afirmou. Teria a preferência dos países anglo-saxónicos, mas talvez alguma resistência do G77 (países em desenvolvimento), pouco agradados com os cortes no pessoal que tem feito no PNUD.

Os próximos candidatos

Ninguém considera a corrida encerrada. Embora haja já oito candidatos, o próximo secretário-geral da ONU pode vir a ser outra pessoa, que declare o seu interesse mais tarde. Fala-se muito em Susana Malcorra, ministra dos Negócios Estrangeiros argentina, e em várias outras latino-americanas. Outra búlgara, mais aceitável para americanos e bem vista pela UE, Kristalina Georgieva, pode entrar na liça, se Irina Bokova for afastada. Até ao Outono, quando terá que haver uma decisão, muito pode ainda acontecer. 

Sugerir correcção
Comentar