Lucro da EDP cai 7% para 587 milhões de euros
A dívida líquida subiu 4% para 17,7 mil milhões de euros.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a eléctrica liderada por António Mexia explicou que "em Portugal, a hidraulicidade no primeiro semestre ficou 25% aquém da média histórica, o que compara com uma hidraulicidade 37% acima da média primeiro semestre de 2014".
Já no Brasil, a intensificação da seca nos primeiros seis meses do ano conduziu a um défice de geração hídrica de 20%.
Os resultados do primeiro semestre reflectem ainda o impacto total do ano da contribuição extraordinária sobre o sector de energia em Portugal, no valor de 61 milhões de euros, em linha com o mesmo período de 2014.
Nos primeiros seis meses, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, apreciações e amortizações) aumentou 7% para 2,13 mil milhões de euros, reflectindo alguns efeitos não recorrentes, como um ganho de 295 milhões de euros da compra a desconto da central de Pecém no Brasil e 89 milhões de euros da venda de activos no gás em Espanha.
Sem o efeito destas operações, o EBITDA atingiu os 1,74 mil milhões de euros, um acréscimo de 1% face ao ano anterior, reflexo das condições atmosféricas desfavoráveis à produção de energia.
A dívida líquida da EDP subiu 4% para 17,7 mil milhões de euros, mais 658 milhões de euros do que no final de 2014, o que é justificado pela aquisição feita no Brasil e pelo impacto cambial adverso, decorrente da valorização do dólar face ao euro.
Ainda assim, "a posição de liquidez financeira do grupo a Março de 2015 ascende a 5 mil milhões de euros, cobrindo as necessidades de refinanciamento da EDP até ao final de 2017".
No final do semestre, a EDP tinha 11983 trabalhadores, mais 99 funcionários do que no final de Junho de 2014. A capacidade instalada do grupo aumentou neste período 5,7% para 23.336 MW, adianta a eléctrica no comunicado ao mercado.