Think tank português diz que défice só fica abaixo dos 3% com medidas extraordinárias

O Institute of Public Policy (IPP) Thomas Jefferson - Correia da Serra estima um défice de 2,9% para 2015, já com medidas extraordinárias de 0,2% do PIB.

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FMI antecipa um défice de 3,4% no ano que vem REUTERS/Bogdan Criste
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Ministra das Finanças deverá voltar ao parlamento Enric Vives Rubio

Sim, o Governo vai conseguir tirar o país do procedimento de défices excessivos, e baixar o défice orçamental para menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, diz o relatório Budget Watch, elaborado pelo ISEG e pelo think tank Institute of Public Policy (IPP) Thomas Jefferson - Correia da Serra, esse objectivo só será atingido graças ao recurso a medidas extraordinárias.

“O crescimento real do PIB nas previsões da Comissão Europeia e do FMI encontra-se próximo dos nossos valores e tendo em conta a elasticidade das receitas fiscais em relação ao crescimento do PIB a nossa previsão para o défice global antes de medidas extraordinárias é de 3,1%, dado considerarmos também haver uma sobrestimação das receitas fiscais no cenário orçamental”, lê-se na versão preliminar do relatório, a que o PÚBLICO acedeu.
 
Assim, diz o mesmo documento, “acreditamos que se encontrarão medidas extraordinárias em 2015 da ordem dos 0,2% do PIB [cerca de 340 milhões de euros], chegando-se assim aos referidos 2,9% para o défice global, o que consiste, ainda assim numa redução abaixo, mas próxima dos 2 p.p. em 2015”.
 
O documento tem como relator Paulo Trigo Pereira, e conta com o contributo de personalidades como António Afonso, João Duque, João Ferreira do Amaral, Jorge Santos, Luís Teles Morais, Manuela Arcanjo e Miguel St.Aubyn. Na próxima quarta-feira serão apresentados publicamente os resultados finais deste relatório.
 

Neste momento, o Governo parece estar isolado no que respeita à previsão do défice para o ano que vem, mesmo depois de ter revisto o objectivo de 2,5% para 2,7%. A Comissão Europeia já avançou que este se fixará nos 3,3 % do PIB, devido a “hipóteses menos optimistas sobre o impacto orçamental da evolução macroeconómica e das medidas de consolidação”. Já o FMI é ainda mais pessimista do que o seu parceiro europeu da troika, e antecipa um défice de 3,4% para 2015.

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