Agendamento de reunião não fez abrandar a violência dos confrontos em Hong Kong

Está marcada para terça-feira uma reunião entre representantes do governo de Hong Kong e os líderes do movimento pró-democracia, mas Pequim já fez saber que vai manter a decisão de escolher os três candidatos em que os cidadãos poderão votar, em 2017.

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Os confrontos entre a polícia e os manifestantes pró-democracia, que marcaram a madrugada de sábado, voltaram a eclodir neste domingo, em Hong Kong, apesar da reunião agendada para terça-feira entre representantes do governo local e dos líderes estudantis. Foi a segunda noite consecutiva de violência e a quarta semana de protestos que não dão sinais de querer abrandar, naquela que já é considerada a mais grave crise política em Hong Kong, desde que a antiga colónia britânica foi reintegrada na China, em 1997.

Na origem do conflito está a quebra do compromisso assumido na altura por Pequim, de realizar eleições por sufrágio universal na região em 2017. O movimento pró-democracia marcou a campanha de desobediência civil em Agosto, depois de o Comité Permanente do Partido Comunista anunciar que embora os cidadãos, com o seu voto, escolhessem o novo governo, seriam as autoridades a designar os candidatos e estes seriam apenas três. 

Há semanas que os manifestantes, principalmente estudantes, ocupam várias zonas da cidade e a tensão aumentou esta semana, depois da violência usada pela polícia para retirar os manifestantes que ocupavam uma passagem subterrânea localizada perto da sede do governo local. Na madrugada de sábado, voltaram a registar-se confrontos, com os activistas a reconquistarem um espaço de onde haviam sido desaolojados na véspera, na populosa zona de Mong Kok. Foi no mesmo local que, madrugada deste domingo, os activistas, com capacetes e óculos de protecção, avançaram contra as barreiras metálicas que dividiam territórios.

Centenas de polícias investiram contra o muro de guarda-chuvas, erguido pelos manifestantes para se protegerem do gás-pimenta lançado pela polícia, relata a agência Reuters. Os manifestantes foram forçados a recuar. Um activista com uma t-shirt branca e de óculos foi atingido a golpes de bastão, que o deixaram a sangrar de um corte na cabeça, e vários outros manifestantes foram levados pela polícia, que não chegou a utilizar os carros de bombeiros com canhões de água, estacionados na zona, descreve a agência.

Pequim já fez saber aos líderes de Hong Kong que não vai recuar na decisão anunciada em Agosto. Ouvido pela Reuters, Sonny Lo, professor no Instituto de Educação de Hong Kong, disse-se preocupado e afirmou que, a menos que se verifique algum avanço durante as conversações de terça-feira, a violência vai aumentar. "Poderemos estar a entrar numa nova e muito mais problemática fase”, comentou.

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