Libertados quatro jornalistas franceses raptados há dez meses na Síria

É uma felicidade poder ver o céu, andar e falar livremente”, disse um dos repórteres, Didier François.

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Fotos antigas de François, Elias, Torres e Hénin AFP

Quatro jornalistas franceses que tinham sido raptados em Junho do ano passado na Síria foram encontrados na madrugada deste sábado junto à fronteira turca. “Estamos muito contentes por estarmos livres. É uma felicidade poder ver o céu, andar e falar livremente”, disse um dos repórteres, Didier François, em breves declarações à saída da esquadra da polícia de Akçakale, cidade turca perto da fronteira com a Síria.

François, veterano correspondente de guerra que trabalha actualmente para a rádio Europe 1, foi sequestrado com o fotógrafo Edouard Elias quando viajavam para a grande cidade do Norte, Alepo. Elias, um jovem de 23 anos, fazia já a sua terceira viagem à Síria. Os dois desapareceram a 6 de Junho.

Nicolas Hénin e Pierre Torres, ambos jornalistas independentes, foram raptados a 22 de Junho na cidade de Raqqa, também no Norte da Síria. Hénin trabalhava, entre outros, para a revista Le Point e para o canal de televisão Arte. Torres, fotógrafo autodidacta, preparava um documentário.

Os quatro homens – que se acredita terem estado nas mãos de combatentes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIS), o mais radical dos grupos jihadistas a operar na Síria – foram encontrados de olhos vendados e mãos atadas por soldados turcos que os levaram até à esquadra mais próxima. Segundo a agência de notícias Dogan, tinham sido abandonados por homens desconhecidos em terra de ninguém.

Os jornalistas que os viram na Turquia dizem que têm cabelos compridos e barbas longas.

Num comunicado, o Presidente francês, François Hollande, diz que os quatro homens estão “de boa saúde, apesar das condições muito difíceis do seu cativeiro”. Segundo o Eliseu, os jornalistas estarão de regresso a França sábado à noite ou domingo de manhã.

“É uma enorme alegria, chorámos”, reagiu o proprietário da rádio Europe 1, Denis Olivennes, para quem trabalhavam François e Elias. “Sabíamos que as coisas se estavam a aproximar do fim, mas queria agradecer infinitamente aos poderes públicos que permitiram a libertação, a todos os que se mobilizaram, às famílias, ao comité de apoio.”

As famílias tinham conhecimento dos contactos em curso nos últimos tempos, disse ao canal de notícias BFM-TV o pai de Nicolas Hénin, Pierre-Yves Hénin. Permaneciam prudentes ao mesmo tempo que esperavam que estes contactos “dessem frutos”.

No fim de Março, foram libertados Javier Espinosa e Ricardo Garcia Vilanova, dois jornalistas espanhóis raptados seis meses antes pelo ISIS. Semanas antes tinha sido libertado o catalão Marc Marginedas, raptado a 4 de Setembro.

Em Dezembro, segundo uma estimativa de grandes media internacionais, estavam mais de 30 jornalistas raptados na Síria.

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