APRENDER COM O PÚBLICO

Plano de aula para ensinar a distinguir uma notícia de um texto de opinião

Cerca de 50% dos alunos portugueses apresentam dificuldades em distinguir um facto de uma opinião, conclui o estudo PISA, desenvolvido pela OCDE em 2018.

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Um dos aspetos em destaque na recente publicação de “Leitores do séc. XXI: desenvolver competências de leitura num mundo digital”, o estudo elaborado a partir do PISA 2018, foi que cerca de 50% dos alunos portugueses apresentam dificuldades em distinguir um facto de uma opinião. Recorde-se que o estudo PISA, desenvolvido pela OCDE em 2018, teve como domínio principal a Literacia da Leitura entre os alunos de 15 anos de 79 países. No mesmo sentido, um relatório sobre competências de leitura feito pela mesma Organização, em 2019, confirmava que apenas 10% dos jovens do mundo conseguem distinguir facto de opinião. Para se estar bem informado esta é uma competência essencial e, por isso, hoje voltamos a abordá-la. É necessário que os alunos estejam habituados a lidar com textos dos media. Que tenham bem claro que para noticiar um acontecimento o jornalista tem de fazer um trabalho prévio de pesquisa, sério e cuidadoso, de diferentes fontes e dados, para perceber onde está a verdade daquele facto e, desta forma, ser o mais rigoroso possível. Que percebam como e quem faz um texto de opinião. Qual o trabalho implicado e exigido. Quais as funções e principais marcas que caraterizam e distinguem uma notícia de um texto de opinião.

Destinatários: Alunos dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário

Disciplinas: Português/Cidadania e Desenvolvimento

Pré-requisito: Conhecer o trabalho jornalístico que envolve a construção de uma notícia

Material: Textos do PÚBLICO Festa do Sporting foi comunicada à Câmara de Lisboa como manifestação e Carta de amor pelo meu Sporting Campeão (dia 12 de maio); Jornais (impressos ou online); computador e projetor de vídeo (caso optem por projetar os textos)

Duração das atividades: Deixamos ao critério do professor a gestão do tempo, de acordo com os recursos de que dispõe e as caraterísticas da sua turma.

Objetivos

  • Distinguir textos informativos de textos opinativos
  • Comunicar um acontecimento e uma opinião
  • Identificar as caraterísticas dos diversos géneros jornalísticos

Antes da leitura dos textos

  • Sugerimos que se inicie a aula com algumas frases retiradas de textos do jornal para que os alunos as identifiquem como facto ou opinião;
  • Após esse trabalho, questionar os alunos sobre os aspetos de cada frase que determinaram a distinção;
  • Durante o diálogo, registar no quadro as caraterísticas mais relevantes referidas pelos alunos.
  • Concluir o que é um facto e o que é uma opinião, o que os liga e o que os distingue.

Leitura dos textos

  • “Nem só de notícias é feito um jornal”: pedir que os alunos justifiquem esta afirmação folheando o jornal para que constatem a multiplicidade de conteúdos que o compõe.
  • Apresentação dos títulos dos textos do PÚBLICO: ​Festa do Sporting foi comunicada à Câmara de Lisboa como manifestação e Carta de amor pelo meu Sporting Campeão;
  • A partir dos títulos, convidar os alunos a anteciparem o conteúdo e a conversarem sobre o que sabem do acontecimento que dá mote aos dois textos;
  • Verificação da secção do jornal em que cada texto se encontra;
  • Leitura dos dois textos, identificando os respetivos autores, o tema e o assunto;
  • Identificação e registo das semelhanças e das diferenças entre os dois textos;
  • Descoberta da tipologia textual em que cada um se inscreve;
  • Levantamento e registo das palavras, expressões, marcas linguísticas e estilísticas, dados... que confirmem que: um texto é uma notícia em que o jornalista David Andrade descreve, de forma comprovada por fontes diversas, um acontecimento; o outro, um texto em que o cronista João F. Ribeiro se manifesta de forma entusiasta e emotiva sobre esse mesmo acontecimento. (​Na notícia: «confirmou"; “garantiu há dois dias”; “segundo informações recolhidas” “Nesse comunicado”; “o PÚBLICO apurou” (...). No texto de opinião: “um amor tão irracional quanto transcendental"; “Tenho lágrimas na cara e no teclado"; “Tenho orgulho e admiração por ti"; “Sporting Clube de Portugal, meu príncipe encantado"; “obrigado por me dares um dos melhores dias da minha vida” (...).

Depois da leitura

Em par ou pequeno grupo, os alunos:

  • Selecionam uma notícia da atualidade (convém que envolva alguma “polémica” e suscite diferentes pontos de vista) e dois textos de opinião sobre esse mesmo assunto;
  • Num qualquer programa de edição de texto, destacam as marcas próprias de cada um dos textos selecionados;
  • Apresentam-nos à turma. OU
  • Escrevem (ou gravam, conforme o meio que vão usar para publicar) uma notícia sobre um acontecimento do seu interesse e incentivam colegas de outras turmas a manifestarem-se sobre o assunto com as suas opiniões. Podem até criar uma rubrica para um podcast.

Avaliação

  • Pelo envolvimento durante todo o processo;
  • Pela capacidade de distinguir facto de opinião.

Mais recursos

https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7836/e503432/leitura-e-escrita-7-ao-9-ano

Nota: O jornal PÚBLICO não é escrito segundo o acordo ortográfico de 1990.