Doença renal associada a diabetes: estudo revela impacto socioeconómico

São muitas as pessoas com diabetes que acabam por sofrer de doença renal crónica. No dia 9 de Março, data em que se assinala o Dia Mundial do Rim, ficaremos a conhecer o real impacto deste problema.

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Cada vez mais pessoas sofrem de doença renal crónica, e estima-se que esta venha a ser a quinta causa de mortalidade no mundo em 2040. Um dos principais factores que contribuem para esta situação, sobretudo nos países desenvolvidos, é o aumento acentuado da diabetes. Se tivermos em conta que Portugal é o segundo país na Europa com mais casos de diabetes e também o nono país do mundo e o terceiro país europeu no que diz respeito à prevalência de pessoas com doença renal terminal, fica claro que a associação entre estas duas patologias deve ser encarada como uma prioridade.

Para que possamos perceber o impacto humano e socioeconómico da progressão da doença renal associada à diabetes, foi levado a cabo um estudo no sentido de averiguar o custo e consequências da progressão das duas patologias em associação. Os resultados desta pesquisa vão ser apresentados no dia 9 de Março, no Hotel D. Inês, em Coimbra, entre as 19h30 e as 20h30, numa reunião organizada pela Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN).

O estudo, coordenado pela médica Margarida Borges e levado a cabo pela IQVIA Portugal e pelo Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, conta com o apoio da Bayer e resulta de uma colaboração entre várias entidades e peritos nacionais.

Na reunião, estarão presentes Edgar Almeida, presidente da SPN, Sofia André, Market Access & Public Affairs Head da Bayer, Rui Portugal da Direcção-Geral da Saúde, Rui Alves, nefrologista no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e ainda João Raposo, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal.

Uma relação de risco

Ainda que a diabetes e a doença renal crónica sejam duas patologias distintas, a verdade é que quem padece da primeira deve manter-se vigilante em relação à segunda, e vice-versa. Ou seja, as pessoas com diabetes têm maior risco de vir a sofrer de doença renal crónica, pelo que nestes doentes é necessário não só manter um controlo apertado dos níveis de glicose como também dos níveis de microalbuminúria, de modo a reduzir o seu impacto na função renal. Por seu lado, também as pessoas com doença renal crónica apresentam um risco elevado de morte e hospitalização em qualquer fase da doença, razão por que a associação das duas doenças potencia o risco de ocorrência de eventos indesejáveis.

Estima-se que cerca de um em cada três doentes diabéticos poderão desenvolver complicações renais ao longo da vida.

Em 2018, cerca de 28% dos portugueses com doença renal crónica a fazer diálise apresentavam precisamente a diabetes como causa da doença renal. A longo prazo, os elevados níveis de glicose no sangue poderão evoluir para aquela que é uma das causas mais comuns da doença renal crónica: a nefropatia diabética. Esta patologia afecta aproximadamente 120 milhões de pessoas no mundo e mais de 40% dos doentes que iniciam diálise por nefropatia diabética têm diabetes tipo 2.

Considerando a estreita relação entre doença renal crónica e a diabetes no nosso país, e uma vez que, até à data, se desconhecia o verdadeiro impacto social e económico da associação entre as duas patologias, o estudo “Doença Renal Diabética em Portugal: Perspectiva de uma epidemia silenciosa” vem, assim, trazer informação pertinente para que o problema possa ser avaliado e prevenido.

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