Avaliação individual dos jogadores portugueses

Moutinho foi dos jogadores que mais correram frente à Alemanha
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Moutinho foi dos jogadores que mais correram frente à Alemanha Foto: AFP
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Foto: Thomas Bohlen/Reuters

Rui Patrício (nota 7 de 0 a 10)
Foi praticamente um espectador durante todo o encontro. Respondeu a um cabeceamento com dois minutos de jogo decorridos, travou um remate rasteiro de Podolski e depois foi solicitado, na maioria das vezes, para circular a bola com os pés. A excepção foi aquele lance em que a pontaria de Gomez o deixou sem reacção. Uma noite ingrata para qualquer guarda-redes.
Golos sofridos: 1
Defesas: 2

João Pereira (nota 5)

O jogador efervescente da Liga portuguesa geralmente desaparece quando entra em águas internacionais. Tentou não comprometer na defesa e, tirando um ou outro lance, cumpriu com eficácia. Mas o flanco direito sentiu falta das suas arrancadas e Nani raramente teve o apoio devido nas acções ofensivas. Os desequilíbrios no seu corredor só chegaram pelos pés de Varela.


Remates: 0


Kms percorridos: 10,9


Pepe (nota 7)

Teve 89 minutos e meio de excelência e um par de segundos de distracção. Mas são esses segundos que vão ficar na história do jogo. Aos 72’, permitiu que Mario Gomez ganhasse um metro de terreno para saltar sozinho nas suas costas e cabecear para a baliza. Foi pena. Pepe não merecia. Até porque antes estivera perto de fazer o golo, com um remate devolvido pela trave e pela linha da baliza.


Remates: 1


Kms percorridos: 10


Bruno Alves (nota 7)

Foi autoritário q.b. nos lances aéreos e muito pragmático nas bolas pelo chão, ajudando Pepe a fechar o eixo da defesa e saindo em socorro dos laterais, sempre que necessário. Esteve menos bem nas saídas de bola, especialmente no início do jogo, quando arriscou passes longos à procura de Ronaldo ou Nani. Frente a um dos melhores ataques da Europa, não deu sinais de fraqueza.


Remates: 1


Kms percorridos: 10,2


Fábio Coentrão (nota 7)

O lateral do Real Madrid tem personalidade para dar e vender. Com a bola nos pés, não tem medo de assumir o jogo, de criar desequilíbrios, mesmo que a condição física actual não seja a do Mundial de 2010. A defender, contou com a ajuda preciosa de Veloso, a atacar, tentou combinar essencialmente com Ronaldo. Quando foi preciso correr atrás do prejuízo, ainda teve pulmão para um último forcing e para ameaçar a Alemanha com o empate.


Remates: 1


Kms percorridos: 9,9


Miguel Veloso (nota 7)

Paulo Bento tinha dito que o tridente mais defensivo do meio-campo estava definido e percebeu-se porquê. Veloso esteve mais do que à altura do desafio. Soube fazer as compensações devidas à esquerda, soube encurtar o campo de progressão de Özil e soube segurar a bola, para a libertar de forma simples para os companheiros. Seria injusto pedir-lhe que tivesse ainda travado aquele cruzamento de Khedira.


Remates: 0


Kms percorridos: 10,9


Raul Meireles (nota 5)

Não assumiu tanto o jogo como noutras alturas, mas foi importante para suster a primeira linha de pressão do adversário. Infelizmente para Portugal, não chegou sequer a fazer uso de uma meia distância que até tem dado frutos na selecção. A um quarto de hora do fim, quando foi preciso arriscar, cedeu o lugar a Silvestre Varela.


Remates: 0


Kms percorridos: 9,9


Cristiano Ronaldo (nota 6)

As instruções de Löw para os defesas não devem ter sido muito diferentes destas: preocupem-se menos com Postiga e mais com Ronaldo. Por muito que o jogador do Real Madrid recuasse para pegar no jogo, encontrava pela frente um muro formado por Boateng, Hummels e Khedira. Quando o jogo entrou num ritmo mais alto, com as peças dos xadrez mais deslocadas, ainda deu uma amostra do seu talento, com um remate que Neuer só conseguiu sacudir para canto, aos 82’.


Remates: 4


Kms percorridos: 9,8


Nani (nota 6)

A preocupação com as investidas da Alemanha pelo flanco direito português foi tal que o seu talento ficou escondido durante demasiado tempo. Soltou-se mais na segunda parte e Lahm deu por isso. Aos 84’, acertou na trave com um cruzamento inesperado e teve duas arrancadas dignas de um extremo de nível mundial. Quando Varela entrou, passou mais para o lado esquerdo e ainda assustou com um remate de fora da área.


Remates: 2


Kms percorridos: 11,2


Hélder Postiga (nota 4)

Um par de bons pormenores individuais sem sequência no início do jogo e uma travessia no deserto até ao momento da substituição, totalmente oportuna. Fez o que pôde para pressionar e desgastar a dupla de centrais alemã, mas, a este nível, e sobretudo para um ponta-de-lança, isso não chega para justificar 90 minutos em campo.


Remates: 0


Kms percorridos: 8,5


Nélson Oliveira (nota 5)

Embora se compreenda a opção de Paulo Bento, depois de lançados os dados pode concluir-se que a entrada do avançado do Benfica só pecou por tardia. Mais dinâmico e, sobretudo, mais móvel do que Postiga, acabou por estar na génese do lance mais perigoso da partida, quando recebeu um passe de Coentrão, aguentou a pressão do adversário e serviu Varela para um golo que parecia fácil. Mera aparência.


Remates: 0


Kms percorridos: 2,8


Varela (nota 5)

A sua entrada obrigou Nani a pisar outros terrenos, mas a verdade é que acabou por mexer com o jogo, num período em que se pedia iniciativa a Portugal. Não acusou a responsabilidade de estar frente a frente com Lahm, embora o mesmo não possa dizer-se do braço-de-ferro com Neuer. Na cara do guarda-redes, aos 88’, falhou a melhor oportunidade do jogo. E com ela ruiu a hipótese de chegar ao empate.


Remates: 1


Kms percorridos: 1,8


A FIGURA DE PORTUGAL: João Moutinho (nota 8)

Se o médio do FC Porto tivesse poder de fogo de longa distância, seria praticamente o jogador perfeito. Paulo Bento entregou-lhe a condução do jogo ofensivo, na primeira fase de construção, e Moutinho soube sempre o que (e quando) fazer. Controlou os tempos de saída, jogou curto quando tinha de jogar, alargou quando detectou espaços para usar os corredores. Os alemães rapidamente perceberam qual era a principal fonte do futebol português e tentaram secá-la logo pela raiz, com entradas duras. Moutinho foi ao chão duas ou três vezes (numa foi pisado por Khedira), mas levantou-se sempre, para voltar a carregar a equipa. O seu critério no passe quase não tem paralelo na selecção e isso ficou claro aos olhos da Europa aos 64’, quando esperou até ao momento exacto para libertar a bola com um passe cruzado e isolar Ronaldo. E não deixa de ser impressionante que, para um jogador que ocupa terrenos defensivos, consiga terminar o jogo apenas com duas faltas cometidas (e outras tantas sofridas).


Remates: 1


kms percorridos: 11,1


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