Wolfgang Tillmans: nem tanto ao mar nem tanto à terra

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Com as “Paisagens Verticais” em Serralves, no Porto, até 25 de Abril, numa exposição construída à medida deste museu de arte contemporânea, Wolfgang Tillmans criou uma relação dialéctica entre a atmosfera dos cenários que fotografou e a dureza das linhas que limitaram as imagens, sejam elas as do papel de fotocópia em que as imprimiu ou as dos contornos das paredes nas quais as suspendeu. Foi nesse diálogo, nessa simbiose entre o céu e o mar, entre a parede e o papel, que Paulo Pimenta viu uma nova forma de contemplar as imagens de Tillmans. Nas imagens em que se alude às “noções de 'universal' através da omnipresença do céu e da água”, o fotógrafo do PÚBLICO tornou-as mais concretas, mais terra-a-terra, e povoou-as com os corpos dos visitantes da exposição. Paulo Pimenta aproximou as pessoas e transportou-as para os sítios por onde Tillmans passou. Trata-se da primeira exposição em Portugal da obra deste artista alemão que, em 2000, se tornou no primeiro fotógrafo a ser distinguido com o Prémio Turner, e cuja carreira se tem desenvolvido entre o seu país e Londres, com passagem por Nova Iorque. Zita Moura