Zika: estes bebés são rostos de um drama

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Juan Pedro, Milena, Pietro Rafael, Maria Geovana, Gustavo Henrique. Estes bebés, ainda agora nascidos no Recife, são os rostos de um drama que está a assolar a América do Sul e a preocupar o mundo, de seu nome Zika, o actual inimigo número um do Brasil. A ligação entre este vírus, disseminado pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a febre amarela, e o aumento das microcefalias no país ainda não foi provada cientificamente, mas é, dizem os especialistas, "altamente provável", uma realidade que realmente preocupa as autoridades brasileiras. A Organização Mundial de Saúde (OMS) ajuda a contextualizar o número. Se em 2010 nasciam no país 5,7 crianças em cada 100.000 com microcefalia, ou seja, com a cabeça muito mais pequena do que a média, o que indica complicações neurológicas durante a gestação, a 30 de Novembro o número já tinha saltado para as 99,7 crianças. Em alguns dos casos, foram detectados vestígios do vírus de Zika. Na semana passada, a OMS estimou que este ano três a quatro milhões de pessoas podem ser infectadas pelo vírus. Apesar de três quartos das pessoas infectadas serem assintomáticas e os sintomas, quando surgem, serem só febre e erupções cutâneas, convém realçar que alguns doentes já tiveram complicações neurológicas devido à infecção. Em Portugal, já foram registados casos, importados do Brasil e da Colômbia, o que levou a Direcção-geral de Saúde a desaconselhar as mulheres em idade fértil que querem engravidar e as grávidas a viajar para países onde o vírus Zika tenha expressão epidémica. Esta segunda-feira, reuniu-se uma comissão de emergência da OMS e o vírus Zika foi declarado emergência de saúde pública internacional. A última emergência deste tipo foi anunciada no contexto da epidemia do ébola na África Ocidental, em 2014. 

 

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