É na Europa que reside a esperança dos refugiados sírios?

Família de refugiados sírios no Líbano
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Família de refugiados sírios no Líbano

À medida que se estende o conflito na Síria, aumenta o número de refugiados nos países vizinhos. No Líbano, os refugiados sírios representam uma fatia de 30% da população — 1.8 milhões de pessoas, segundo dados apresentados pela Organização das Nações Unidas. O fotógrafo italiano Erberto Zani esteve em Kfemabrak, na cordileira Shouf, a uma hora de distância de carro de Beirute, onde conheceu várias famílias que ali se fixaram. "Foi importante para mim conhecer aquelas famílias e passar tempo com elas. Tentei compreender o que realmente está a acontecer no seu país de origem, o motivo por que fugiram e aquilo que esperam do futuro", disse ao P3. Foi em cooperação com uma organização não-governamental que Zani realizou este projecto. "Os voluntários desta organização [AMURT] intervêm em escolas primárias com ajudas em materiais educativos, comida e no desenvolvimento de actividades — meditação, jogos, pintura — no sentido de aliviar a pressão do stress pós-traumático de que a maioria das crianças padece." Embora as imagens tenham sido captadas em finais de 2014, o fotógrafo mantém em contacto com as famílias e garante que a situação se mantém inalterada. "Os sírios vivem em casas velhas, por vezes com apenas uma divisão, em edifícios abandonados ou velhos celeiros. As rendas são altas (200 a 300 dólares americanos por mês) e as condições meteorológicas da região são desfavoráveis: as temperaturas são elevadas no Verão e atingem graus negativos no Inverno. Fotografei estas pessoas de perto, dentro das suas casas, não só para mostrar as condições em que vivem, mas também para poder transmitir o seu estado emocional (o medo que sentem pelos familiares que estão ainda na Síria, a tristeza de ter perdido tudo, a incerteza no futuro)." Estas famílias sírias têm apenas algumas roupas, alguns brinquedos, velhas carpetes e um pequeno forno no centro da sala que utilizam para cozinhar e para se aquecerem. "Após dois anos no Líbano, são muitas as famílias que pretendem rumar à Europa em busca de melhores condições de vida", diz o fotógrafo. É na Europa que reside a esperança dos refugiados sírios?