Alzheimer, um luto antecipado

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A avó paterna da Marta Casal sofre de Alzheimer, doença que "causa problemas de memória, desorientação, mas também a perda da identidade". "Essa perda é dolorosa não só para a pessoa que sofre da doença, mas também para as pessoas em seu redor pois faz-nos perder um ente querido, não fisicamente, mas psicologicamente, deixando o doente irreconhecível como uma mãe ou avó que antes eram, causando um estado de luto antecipado", explicou ao P3 a fotógrafa de 21 anos, autora do projecto “9,5mg/24h”, uma referência à dose diária presente no medicamento Prometax, que é “induzido” no sistema através de um adesivo na pele (registado na 3ª fotografia), reduzindo assim os sintomas causados pela doença mantendo-a mais lúcida do que a rodeia. "A minha avó está habituada a ver-me com a câmara fotográfica portanto não estranhava muito a sua presença. Tentei agir naturalmente registando diferentes coisas ao nosso redor. O meu objectivo era captar momentos naturais e espontâneos do seu dia-a dia portanto eu tentava não intervir no que ela estava a fazer." O trabalho é não só uma tentativa de mostrar esta realidade como também "a de muitos outros doentes de Alzheimer e famílias". Esta é a segunda doença mais comum no mundo. "É uma doença que não tem cura, reduzindo as pessoas em redor a meros observadores".