"Black Dogs Project": pela adopção, contra o preconceito

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Estávamos em 2013 quando, numa conversa casual num parque, Fred Levy ouviu falar pela primeira vez do "síndrome dos cães pretos": por causa da cor do pêlo — e das muitas superstições associadas a isso —, os cães pretos (tal como os gatos) têm muito mais dificuldade em encontrar um lar. "Estava em busca de um novo projecto e decidi desafiar-me a mim mesmo. Decidi que ia fotografar cães pretos num fundo preto, no meu estúdio", contou ao P3 numa entrevista por email. "The Black Dogs Project" é uma tomada de posição contra o preconceito e uma campanha pela adopção destes animais. Levy — que há mais de 20 anos descobriu a magia de fotografar animais, depois de ter adoptado o seu cão Toby — utilizou o Facebook para encontrar donos de cães pretos que estivessem dispostos a levá-los a uma sessão fotográfica e recrutou animais em associações e canis. Todos os casos marcaram o fotógrafo de alguma forma e alguns foram mesmo pequenas lições de vida. Como a história de Beau. "É um cão cego que tinha passado por um canil com alta taxa de abate no Sul dos EUA. Quando veio ao meu estúdio, foi espectacular ver o quão feliz estava. Ele é totalmente cego, andava a saltar de casa em casa, mas, mesmo com tudo isso contra, ele ainda estava feliz. Perdi-lhe o rasto após a sessão, mas uns meses depois soube que tinha sido adoptado por uma família perfeita, que adaptou toda a casa para que o Beau se sentisse integrado", recordou Fred Levy. O "The Black Dogs Project" transformou-se entretanto num livro, que será lançado no próximo dia 10 de Setembro em livrarias dos EUA, Canadá e Inglaterra e terá o preço de 25 dólares (cerca de 22 euros). Para os portugueses a compra online é a mais viável — e adquirir este documento é mesmo a melhor forma de ajudar os animais, já que parte dos fundos vão ser doados à associação Labrador and Friends. Mas ser activo na defesa dos animais está ao alcance de todos e às vezes à porta de casa, recorda Levy: "As pessoas podem sempre contactar associações locais e oferecer o tempo delas para ajudar, fazer doações em dinheiro ou simplesmente oferecer sacos de comida."