O fim é a viagem — tal como a vida

Fotogaleria

Um aeroporto parado no tempo, um espantalho com já muitas vidas, um pente numa portuguesa mesa de cabeceira, um "diner" à Hopper, um cemitério, um escritório (quase) vazio, um coelho alienado, perdido numa cidade que parece de faz de conta. "Be wise and repent. The time is fulfilled. The end is at hand" — o aviso está dado. E um céu azul que reflecte no chão. Eis a "Viagem Sem Rumo" de João Pedro Marnoto, uma "viagem íntima, comandada pela emoção, que resulta num retrato da presente sociedade e da sua bipolaridade dominante", descreve o fotógrafo, apresentando a exposição, que está patente até 29 de Junho no Centro Português de Fotografia (CPF), no Porto, e o respectivo livro, para já apenas disponível na livraria do CPF. "A solidão e a alienação perante a multidão, o vazio a urgir a procura de uma espirtualidade perdida, a vulnerabilidade das relações no desespero pela busca de afecto, o perpétuo movimento no reflexo da ânsia constante, a dormência dos sentidos pela repetição dos dias, a ausência de valores diante da multiplicidade baralhada das referências." Tudo isto está nesta jornada fotográfica "Onde o fim é a viagem em si. Tal como a vida."