Eu uso esta máscara quando toco piano (e isto é normal)

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O uso da máscara é um hábito humano ancestral. Ciente disto, Klaus Pichler, fotógrafo alemão, debruçou-se sobre o tema e descobriu aqueles que, no mundo moderno, ainda lhes dão um uso frequente. A máscara tem o poder de conferir a quem a usa uma segunda pele, um alter-ego. Essa propriedade permite ao homem o abandono temporário da sua vida civil e a entrega a um mundo paralelo em que o seu comportamento se evade das amarras da personalidade e regras sociais, dando azo à transformação da fantasia em realidade. No projecto "Just the two of us", essa dualidade é enfatizada pela própria opção estética do fotógrafo, que colocou os mascarados no seu habitat natural, os seus lares. A acção, dentro da fotografia, é tipicamente caseira, é corriqueira e oposta à singularidade de cada traje, criando dentro da própria imagem um paradoxo espacial. Estão então presentes o espaço íntimo do homem e a máscara que conscientemente enverga. De nenhuma outra forma, segundo Pilcher, se poderia capturar simultaneamente o homem e a máscara. Ana Marques Maia