Exposição

O fotógrafo-turista-intruso que faz de Paris Polaroid

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Com uma só frase, respondeu Sophia de Mello Breyner Andresen à impaciência do seu filho: "Viajar é olhar." Assim fez o fotógrafo-turista-intruso Nuno Ferreira. Percorreu Paris, munido de alma de turista "casual", de Polaroid em punho, observando tudo "de forma aparentemente despreocupada". Os instantâneos, capturados para "visualização posterior", ganharam ainda uma dimensão maior, ou não estivesse o digital em plena fase de afirmação em 2003. "Paris Polaroid" é, por isso, uma "recusa" do acto de "fotografar sem se ver exactamente o quê", ao fugaz "interesse" em "rever o que se fotografou" que não ultrapassa o clique do disparo. "A espera para ver este outro 'instantâneo' torna o produto final alvo de um desejo acrescido, carregado de esperança numa imagem aprazível, que nos transporta uma e outra vez para o momento decisivo, o do disparo." Por outro lado, põe em cheque aquela característica sensação de "não pertença" que se ganha quando se viaja. Um "corpo estranho" que não faz parte daquele lugar que logo se habitua a esta presença. "Não somos os primeiros intrusos por ali." Para ver no Centro Português de Fotografia a partir de 15 de Dezembro.