Mão Morta e Remix Ensemble encontram-se no Porto

Mão Morta e Remix Ensemble Casa da Música saem à rua para mostrar que não existem convenções musicais e que a junção de sonoridades diferentes pode resultar em algo inesperado e surpreendente. O concerto é hoje à noite, na Avenida dos Aliados.

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Inserido no ciclo “Verão na Casa Super Bock – Concertos na Avenida”, o concerto de Mão Morta com a Remix Ensemble Casa da Música [arranjos de Telmo Marques e direcção musical de Pedro Neves], esta noite, pelas 22h00, na Avenida dos Aliados, no Porto, pretende ser, nas palavras de Adolfo Luxúria Canibal, “uma experiência sonora diferente” e um “mergulho no som e nas emoções que pode criar”.

Os Mão Morta são – inquestionavelmente - uma referência da música rock portuguesa e sempre deixaram a marca da irreverência nas suas canções. Bastam dois acordes, e a voz “cavernosa” de Adolfo Luxúria Canibal, para que se perceba de imediato quem se está a ouvir. Os seus espectáculos ao vivo são um reflexo da sua essência enquanto banda: querer surpreender. Algo que conseguiram nos concertos que conceberam e produziram com o Remix Ensemble Casa da Música, que esta noite renascerá [uma vez mais] na Avenida emblemática da cidade.

A ideia para este projecto surgiu a propósito das comemorações do centenário do Theatro Circo, “que nos convidou para encerrar as comemorações do aniversário e fazermos um espectáculo especial. Surgiu a ideia de pegarmos no nosso repertório e fazermos uma orquestração, mais concretamente uma orquestra de música contemporânea. Na altura, e para os arranjos, todas as informações que nos foram dadas apontavam que a pessoa indicada seria o Telmo Marques, que abraçou imediatamente o projecto e fez um belíssimo trabalho. Posteriormente contactamos o Remix Ensemble e a Casa da Música, que disseram que sim e avançamos com o projecto”, refere Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta.

O resultado final “foi muito bom e para além das nossas expectativas. Gostamos muito da interação que aconteceu entre nós e o Remix Ensemble e da forma como as coisas funcionaram. A reação em termos de público também foi extraordinária”, admite Adolfo, confessando que “foi a primeira vez que senti [num concerto de Mão Morta] que o público, mais do que satisfeito, saía eufórico e alegre do espectáculo. Como se tivesse acabado de assistir a algo impensável. E isso foi algo que nunca tinha sentido e para nós foi extremamente reconfortante”.

Sobre o que se pode esperar da actuação desta noite, Adolfo Luxúria Canibal garante que não será “um espectáculo clássico e típico de Mão Morta. É um ponto de encontro entre a música popular e a contemporânea. Não é nem rígido, do ponto de vista clássico, nem de desbunda, do ponto de vista do rock. Há um ponto de equilíbrio, uma experiência sonora diferente. E é para isso que convidamos o público, para um mergulho no som, no que ele pode criar e nas emoções que pode dar, sobretudo na junção destes universos sonoros diferentes [à partida] que são o do rock e da música erudita contemporânea”.

Quanto à possibilidade de, futuramente, os Mão Morta voltarem a recriar ou aprofundar este espectáculo com o Remix Ensemble Casa da Música, tudo está em aberto. “Era suposto fazermos apenas quatro espectáculos e, passado um ano, estamos aqui para tocar nos Aliados...”, aponta Miguel Pedro, baterista da banda. Já Adolfo Luxúria Canibal afirma que “não sabemos o que poderá acontecer no futuro”. Uma coisa é certa: esta noite, temas como “Humano”, “Facas em Sangue” ou “Primeiro de Novembro”, vão soar de forma diferente e, pelo ensaio a que assistimos na Casa da Música, será um concerto a não perder.