Cartas ao director

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Agressões na saúde

Segundo notícias vindas a lume, têm aumentado, de ano para ano, as agressões e a violência sobre os agentes de saúde, designadamente os médicos(as) e os enfermeiros(as). Lamentavelmente, os médicos(as) são os(as) mais agredidos(as). A que se poderá dever ou qual será a causa desta situação lamentável, lastimável e inimaginável?

O SNS está com vários problemas estruturais e não dá resposta cabal e satisfatória aos anseios dos cidadãos que o demandam. Como, infelizmente, a má-criação e o desrespeito imperam nesta sociedade em que vivemos, a saúde não sai incólume desta situação. A amálgama da má educação de certos familiares de pacientes que os acompanham, a impaciência, o desinvestimento no SNS, a desorganização e a saturação dos serviços não deixam de constituir um cocktail disruptivo a que os hospitais e centros de saúde também não escapam. Infelizmente.

António Cândido Miguéis, Vila Real

Guerras comerciais

"Bem-vindos à primeira guerra comercial do século XXI, que opõe os EUA e a China." Assim começa o artigo de Luís Marques no Expresso, e acrescenta: "As medidas de Biden marcam o fim da globalização. A revista Economist chama-lhe o fim da ordem internacional com regras. Essas regras foram definidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio na década de 90 do século passado. As tarifas baixaram de 10% para 3% em média. Daí resultou um boom do comércio internacional, a triplicação do PIB global (...)."

Luís Marques deveria ter acrescentado que nesse mesmo acordo de 90 se aboliram as quotas de mercado, permitindo às multinacionais passarem toda a sua produção para a Ásia, definhando a indústria no Ocidente e tornando a China na fábrica do mundo. A partir daí a China beneficia de um desproporcional excedente comercial e torna-se uma superpotência económica. Em pleno século XXI, a China mostra a sua verdadeira face e não hesita, com este novo acordo estratégico com a Rússia, querer tornar-se uma superpotência militar, rivalizando com os EUA.

Todos estes factos nos demonstram que aqueles acordos prévios de 90 foram um erro. Por isso sempre defendi uma rutura com este modelo de globalização, não com a globalização em si mesma. Agora, o choque frontal prova isso mesmo.

Fernando Ribeiro, S. João da Madeira

Contas certas?

Bruxelas confirmou que as contas apresentadas pelo Ministério das Finanças do anterior Governo estavam correctas, tal como o ministro da pasta tinha dito. Ou seja, um Governo deixou as contas do país em devida ordem e, pelas razões que todos "não conhecemos", caiu e deu lugar ao actual, que tentou duvidar das contas do anterior. Como não tinha qualquer razão no que tentou fazer, passou a gastar o dinheiro público para agradar a todos, mas, essencialmente, para continuar, de qualquer jeito, Governo. E se o anterior apertou o cinto, o actual alargou-o demasiado, e muito rapidamente. E por este caminho isto vai correr mal. Se continuar a aumentar despesas públicas e a fazer cortes cegos nas receitas, o desequilíbrio será evidente. (…) Agora, esperemos que os tantos e tantas que, injustificadamente e sem razão, atacam o Presidente da República atentem nas contas públicas e no desatino a que podem levar o país.

Augusto Küttner, Porto

Nomeações governamentais

Muita gente tem ficado indignada quanto às nomeações governamentais que substituem pessoas que já ocupavam cargos de relevo em entidades do Estado, mas cujas linhas orientadoras poderiam não corresponder a um governo que tinha uma visão diferente para o funcionamento das mesmas, o que nos faz pensar que a substituição dessas mesmas pessoas poderá corresponder a um processo natural.

Os partidos políticos não são donos das instituições do Estado e o seu funcionamento tem por objetivo servir os cidadãos sem estarem condicionados a servir este ou aquele, de acordo com a sua orientação partidária, mas a servir as pessoas, independentemente da sua cor ou filiação política.

Ninguém é eterno num qualquer cargo e provavelmente poderia estar em desacordo com a nova estratégia de funcionamento traçada para a instituição, pelo que talvez possamos questionar a forma como é comunicada a mudança das pessoas. (…) Numa estratégia de mudança, é tão importante a nossa capacidade como a nossa atitude.

Américo Lourenço, Sines

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