O SNS nunca fez tanto — mas não chega

É preciso investir mais em saúde, quer do lado público como do privado. Há que eliminar barreiras injustificadas — por exemplo, investimento em PET ou aceleradores lineares.

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A propósito do Dia Mundial da Saúde, o Instituto Nacional de Estatística (INE) acaba de publicar os dados mais recentes sobre a atividade hospitalar no país e fica claro que os hospitais do SNS continuaram a ser “os principais prestadores de serviços de saúde, assegurando 86,2% dos atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica, 81,6% dos atendimentos em urgência, 74,6% dos internamentos e 71,5% das cirurgias em bloco operatório. Os hospitais do setor público também asseguraram a maioria das consultas médicas”.

O INE também fez o retrato sobre a atividade hospitalar no país e fica claro que os hospitais privados têm aumentado bastante a sua atividade e já representam 38% do total de consultas — mais de 8,3 milhões de consultas. Os hospitais privados também foram responsáveis por quase 1,5 milhões de episódios de urgência e mais de 850 cirurgias por dia. E mais: “Portugal é um dos países da União Europeia-27 em que a que a perceção de um estado de saúde bom ou muito bom era mais baixa: 49,5%, menos 18,3 p.p. do que a média obtida para a UE-27 (67,8%)”.

Também é sabido que a despesa em Saúde em Portugal fica muito aquém (30%) da média da União Europeia e são conhecidos os problemas de acesso, seja a médicos de família, seja a consultas e cirurgias. O sistema de saúde faz hoje mais do que alguma vez fez, mas fica aquém da necessidade dos portugueses. Percebe-se bem a necessidade de um plano de emergência e o acionamento de novos instrumentos que aumentem o acesso

É preciso investir mais em saúde, quer do lado público como do privado. Há que eliminar barreiras injustificadas — por exemplo, investimento em PET ou aceleradores lineares. São precisos mais profissionais de saúde. É urgente que o país invista na transição digital de todo os operadores. É preciso que se otimize a utilização de recursos e isso passa por abater falsas trincheiras ideológicas e articular de forma mais intensa e sustentável os setores público e privado. Como diz a presidente do Conselho de Finanças Públicas, o o que tem de ser tem muita força”.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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