Hospitalização domiciliária em Viseu poupou 12 mil dias de internamento em cinco anos

A unidade hospitalar contabiliza, desde 2019, o internamento de “aproximadamente 2000 doentes” nas suas casas.

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Em termos nacionais, hospitalização domiciliária poupou mais de 97 mil dias de internamento em 2023 Paulo Pimenta (arquivo)
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A Unidade de Hospitalização Domiciliária da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões conseguiu, nos últimos cinco anos, chegar a cerca de dois mil doentes e poupar 12 mil dias de internamento.

"Durante estes cinco anos, o projecto revelou-se como um enorme sucesso, atingindo um nível de aceitação e satisfação por parte de doentes e cuidadores superior aos 98%", destacou o conselho de administração.

A administração presidida por Nuno Duarte disse que a hospitalização domiciliária "supera em larga medida o nível de satisfação existente nos modelos convencionais de internamento".

Os indicadores do projecto "têm reforçado a excelência do trabalho realizado e a sua importância" na área da saúde, "fazendo com que este modelo não seja encarado apenas como uma alternativa" ao internamento convencional.

"É a melhor alternativa para iniciar ou manter cuidados de nível hospitalar aos doentes elegíveis, garantindo assistência contínua de cuidados médicos e de enfermagem no domicílio do doente durante o processo agudo de doença".

A hospitalização domiciliária apresenta "claras vantagens no que diz respeito à redução de complicações inerentes aos internamentos convencionais nos hospitais e permitindo ainda uma melhor gestão das vagas hospitalares" do SNS.

Dois mil doentes

A unidade hospitalar contabiliza, desde 2019, o internamento de "aproximadamente 2000 doentes" nas suas casas, tendo as viaturas com as equipas que dão assistência a estes utentes percorrido mais de 350.000 quilómetros.

Este projecto "retirou, ao modelo convencional de internamento, aproximadamente 12.000 dias, disponibilizando vagas no modelo convencional, o que em termos de custos foi também muito significativo" para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"Muito para além dos números, a unidade de hospitalização domiciliária tem-se centrado primordialmente no doente, privilegiando de uma forma muito clara e concreta os ganhos dos doentes e das suas famílias. Tem sido um modelo que, se centra, efectivamente, no doente".

Segundo a administração hospitalar, a estratégia do projecto "tem passado por um crescimento progressivo, mas sustentado", abrangendo doentes que precisam de cuidados "nas mais diferentes áreas médicas e cirúrgicas".

A opção por tratar alguns doentes no domicílio arrancou há cinco anos com "capacidade de seis camas, encontrando-se presentemente com uma disponibilidade de internamento domiciliário de 13 camas".

As mudanças incidiram também nas distâncias consideradas seguras, admitindo actualmente doentes em praticamente todos os concelhos do distrito de Viseu, "desde que geograficamente se localizem a mais ou menos 35 minutos" daquela unidade local de saúde.

No ano passado, o SNS tratou mais de dez mil doentes em casa. Em 2023, aliás, o número de doentes tratados em casa atingiu um novo recorde com um total de 10.037 utentes, a crer nos dados divulgados no dia 18 de Março pelo Ministério da Saúde. De acordo com o Governo, realizaram-se 130 mil visitas a casa dos doentes, numa capacidade instalada de 352 camas (mais 4,1% face ao ano anterior e o equivalente a um hospital de média dimensão​). O número de utentes tratados em casa representa um aumento de 12,3% em relação a 2022.

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