Sporting segue para a final da Taça após empate na Luz

Num jogo empolgante, houve quatro golos na segunda parte e incerteza no resultado até ao fim. Vantagem da primeira mão foi decisiva para os “leões”.

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João Neves e Morten Hjulmand EPA/JOSE SENA GOULAO
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Dois derbies em cinco dias e outras tantas decisões. No primeiro derby e na primeira decisão, o Sporting saiu por cima, apurando-se para a sua 30.ª final da Taça de Portugal, após um empate na Luz (2-2) com o Benfica na segunda mão das meias-finais, valendo aos “leões” o triunfo há um mês em Alvalade (2-1). O Sporting esteve duas vezes em vantagem e permitiu duas vezes o empate, mas conseguiu resistir até ao final, esperando agora pelo desfecho da outra meia-final entre V. Guimarães e FC Porto para saber qual será o seu adversário a 26 de Maio no Jamor.

Tudo aquilo que se dizia do Benfica de Roger Schmidt? Que joga pelas individualidades? Que se deixa ficar quando perde a bola? E tudo aquilo que se tem dito do Sporting de Rúben Amorim? Planeamento estratégico apurado? Facilidade na saída da pressão? Não foi nada disso que se viu no início do terceiro derby da época. Motivados pela urgência de recuperarem de uma desvantagem, os “encarnados” foram agressivos na recuperação de bola – Aursnes acima de todos, mas até Di María colaborou. Os “leões” não estavam preparados para isto.

Depois de alguns minutos em que o jogo esteve dividido, e Hjulmand até esteve perto do golo, com um cabeceamento que saiu por cima, o Benfica entrou em modo sufocante, sem deixar o Sporting construir à vontade a partir de trás – e Tengstedt, chamado à titularidade, foi importante nesta pressão, a cair muitas vezes em cima de Diomande, que sentiu muitas dificuldades com a bola no pé. O Sporting não conseguia ter presença no último terço e o Benfica não saía de lá.

Logo aos 9’, Di Maria deixou em Rafa, que, perante Israel, atirou ao lado. Aos 16’, o argentino voltou a criar para os companheiros falharem – Tengstedt ficou com uma sobra e acertou na trave. Aos 18’, Rafa avançou pela direita e teve espaço para o cruzamento, mas Diomande impediu que a bola chegasse a uma camisola “encarnada”. E, logo a seguir, Aursnes teve espaço para cruzar e mandou a bola na direcção de Di Maria, mas Israel fez a sua primeira grande defesa da noite.

A única resposta do Sporting veio de um remate de Trincão, fraco e sem grandes problemas para Trubin. O jogo era de sentido único e Schmidt não tinha razão para mexer quando tudo estava a correr bem – só faltavam mesmo os golos. Já Amorim, teria de repensar a sua estratégia para a segunda parte. Quando os “leões” recolheram ao balneário, ficaram três elementos a aquecer, os que iria entrar assim que o jogo reatasse – Matheus, St. Juste e Geny ocuparam os lugares de Nuno Santos, Diomande e Esgaio.

O primeiro minuto da segunda parte indiciou uma melhoria significativa do Sporting no jogo e uma baixa de intensidade benfiquista. Lançado pela direita, Geny criou problemas a Aursnes e teve um remate perigoso. No minuto seguinte, o Benfica voltou a defender com poucos e sofreu o golo. Lançado pela direita, Gyökeres segurou a bola e viu bem o posicionamento de Hjulmand. Já se sabe que o dinamarquês gosta de rematar e sabe como fazê-lo, e, de fora da área, não hesitou, deixando o Sporting no comando do jogo e mais confortável na eliminatória. E Amorim satisfeito consigo próprio pelas opções que tomou.

Mas a reacção do Benfica foi rápida. A partir da direita, Neres calibrou na perfeição o cruzamento para apanhar a desmarcação de Otamendi, que fez o empate. Seria a faísca que iria lançar o Benfica para a reviravolta na eliminatória? Não. Os “encarnados” voltaram a pecar pela falta de agressividade nesta reentrada em campo e, aos 55’, voltaram a sofrer. Geny voltou a ter espaço na direita e, desta vez, avançou para o remate. Trubin defendeu para a frente e bola foi ter com Paulinho, que só teve de empurrar. Mérito no posicionamento do avançado “leonino”, mas uma grande falha do guardião ucraniano.

O Benfica ainda tinha mais para dar, mas não o suficiente. Logo a seguir ao golo de Paulinho, Rafa conseguiu igualar o jogo, após um cruzamento bem medido de Bah (um dos melhores em campo), e os “encarnados” tentaram fazer o cerco, cada vez com menos discernimento à medida que os minutos iam passando. E os “leões”, ao contrário do que acontecera em outros derbies, conseguiram resistir no final. Como prémio, terão uma final de taça para disputar. E o ascendente emocional para o jogo de sábado, que poderá clarificar (ou não) as contas do campeonato.

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