Paulinho “mostra os dentes” e o Boavista cai em Alvalade

O Sporting atropelou o Boavista depois de ter começado a perder, num golo muito consentido. Teve, depois, ajuda de Paulinho, que desbloqueou o jogo, e Gyokeres, que o “matou”.

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Paulinho celebra pelo Sporting Reuters/Pedro Nunes
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“Se o Paulinho mostra os dentes, eles até caem”, canta-se em Alvalade, com inspiração em Feed from desire. Neste domingo, tiveram razão para isso – mais do que uma, em rigor.

O Sporting derrotou o Boavista (6-1), numa partida na qual Paulinho, chamado ao “onze” para o lugar de Pote, virou o 0-1 inicial com uma assistência de grande nível para Gyokeres e um golo também ele com muito mérito do avançado português.

O Boavista pouco quis deste jogo – o golo aos 3’ foi muito consentido pelo Sporting – e acabou por ser obrigado a meia hora de futebol mais ofensivo, depois de uma hora de “ordem para defender”.

Acabou, com isso, a sofrer mais quatro, depois de Gyokeres entrar ao serviço para pisar um pouco mais a equipa portuense.

Jogas ao ataque? Vai lá para dentro!

O Sporting levou a jogo, Catamo, Nuno Santos, Trincão, Paulinho e Gyokeres, o que significava que, sem Pote e Edwards disponíveis, não havia um único jogador de ataque no banco. A ideia teria de ser entrar forte no jogo e usar a carga ofensiva no início, porque no banco não haveria por onde mexer, mas a equipa acabou por entrar a perder.

Aos 3’, o Boavista lançou uma bola em profundidade e até pareceu haver coberturas defensivas suficientes no jogador que cruzou e no avançado da área. O problema é que a defesa de Israel deu uma segunda bola mal disputada – e não por falta de homens, mas apenas falta de atenção. Aproveitou Makouta para marcar.

O Boavista é uma equipa sem problema em usar um bloco bem baixo, com linhas muito juntas, e o Sporting teve muitas dificuldades para jogar entre linhas, mesmo que Trincão tenha tentado – houve pouca audácia e risco nos passes dos centrais.

Aos 22’, a primeira vez que o passe vertical surpreendeu, com Hujlmand a fazer um passe improvável, deu remate perigoso de Gyokeres. E era disso de que precisavam os “leões”: improbabilidade e imprevisibilidade.

O Sporting parou, depois, de tentar alimentar Trincão directamente e passou a tentar Gyokeres e Paulinho em apoio frontal, para depois encostar em Trincão, de frente para o jogo. E começou a criar mais situações de presença na área.

Paulinho e Paulinho

E foi precisamente num desenho desse tipo que houve remate perigoso, aos 43’, por Trincão, e, aos 44’, com um desenho semelhante, mas com uma pequena nuance: foi Paulinho a receber em apoio frontal e, em vez de encostar em Trincão, para que ele definisse, deu em Morita, que devolveu a Paulinho no espaço. Depois, foi cruzamento rasteiro e... Gyokeres, claro.

Na segunda parte, uma bola parada quase deu golo a Coates e Diomande e pouco depois, aos 54’, um cruzamento de Catamo deu finalização de Paulinho ao segundo poste, nas costas dos defensores – que estavam de forma bastante bizarra alheados da presença de Paulinho, como se não fosse suposto estar por ali um avançado.

O ímpeto ofensivo do Boavista abriria, por certo, espaço para explorar. E “espaço” rima com Gyokeres – todos sabiam que o sueco exploraria o espaço e já quase todos sabíamos que haveria de marcar um golo dessa forma, como fez aos 69’.

E ainda marcou mais um, de penálti, e deu outro a Nuno Santos. Só mais um dia para o sueco, que ainda viu o "bis" de Paulinho aos 90+5'.

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