Isaac Nader deixa escapar medalha na ponta final dos 1500 metros

Nos 1500 metros, Salomé Afonso também correu a final, nos Mundiais de Glasgow, e sai com desfecho agridoce: um oitavo lugar na final, mas com um recorde pessoal que a motivará em ano olímpico.

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Isaac Nader, atleta português EPA/ADAM VAUGHAN
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A medalha esteve bem perto, mas, por agora, vai ter de esperar. Isaac Nader, atleta português, ficou neste domingo no quarto lugar da final dos 1500 metros dos Mundiais de pista coberta, resultado que lhe permite, ainda assim, melhorar o décimo lugar conseguido em 2022.

Em Glasgow, na Escócia, o atleta algarvio pareceu estar em condições de lutar pelo pódio – quem sabe até pelo ouro –, mas acabou por lhe faltar energia para a recta final, tendo caído do segundo para o quarto lugar nos derradeiros metros da prova.

Nesta final, Nader rolou na cabeça do pelotão desde o início da prova, mas caiu à passagem dos 600 metros, perdendo até a posição na corda. Nader acabou por retomar a posição na zona interior e na frente do grupo, entrando nos últimos 500 metros em lugar de pódio.

Entrou até na recta final em segundo lugar, mas foi batido por Geordie Beamish, da Nova Zelândia, e os norte-americanos Cole Hooper e Hobbs Kessler. Hooper e Beamish correram os melhores 1500 metros das suas carreiras, com recordes pessoais, algo que Nader não conseguiu, cruzando a meta com 3m36,97s.

Nader chegou a este Mundial na melhor forma da sua carreira e partiu para esta final com a segunda melhor marca da época entre os finalistas, mas o quarto lugar não pode ser visto como uma desilusão. A própria Federação Portuguesa de Atletismo já tinha dito, antes dos Mundiais, que um pódio seria um “brilharete”.

Salomé em oitavo com recorde pessoal

Menos provável era um resultado de pódio de Salomé Afonso na vertente feminina da mesma prova. A chegada à final da atleta de 26 anos foi uma relativa surpresa e Salomé acabou por confirmar na pista as dificuldades perante atletas etíopes e norte-americanas, mesmo tendo saído de Glasgow com recorde pessoal – 4m6,18s.

Inicialmente, as etíopes tentaram prova rápida, com duas das atletas da nação africana a isolarem-se do restante grupo. Acabaram por receber a companhia de uma terceira compatriota, cuja aproximação “rebocou” o resto do pelotão, reagrupando a final.

Antes da final, a portuguesa tinha dito que “o segredo é gastar o mínimo de energia possível até à última volta". Mas nesta prova, na qual rolava na cauda do grupo, acabou por não ter essa energia guardada para se intrometer na luta entre etíopes e norte-americanas. No final, o triunfo ficou para a etíope Fregweyni Hailu, seguida das norte-americanas Nikki Hiltz e Emily Mackay.

Estas foram as provas que fecharam os Mundiais de Glasgow e Portugal sai com um rescaldo positivo. As ausências de Pedro Pablo Pichardo, Patrícia Mamona e Auriol Dongmo, todos lesionados – e o primeiro também a contas com um diferendo com o Benfica – traçavam para Portugal dificuldades para chegar a posições de pódio, mas Tiago Pereira, no triplo salto, deu cor à participação nacional, que sai da Escócia com uma medalha de bronze.

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