Empate sem perigo para o Sporting na Liga Europa

“Leões” seguem para os oitavos-de-final da Liga Europa após empate (1-1) com o Young Boys, num jogo em Gyökeres marcou e falhou um penálti. Valeu o triunfo por 3-1 na primeira mão.

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Gyökeres, 29 golos em 32 jogos pelo Sporting EPA/JOSE SENA GOULAO
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“Jogo muito perigoso”, dizia Rúben Amorim sobre este segundo confronto do Sporting com o Young Boys. O técnico “leonino” teria os seus motivos para estar cauteloso, ou, pelo menos era essa a mensagem para fora, mas o que se viu nesta quinta-feira foi um jogo de perigo residual durante 85 minutos e de perigo baixo daí para a frente. Depois da vitória por 3-1 em Berna, o Sporting não conseguiu repetir a vitória, mas a gestão foi suficiente para um empate (1-1) frente ao campeão suíço e para um lugar nos oitavos-de-final da Liga Europa, ficando a conhecer nesta sexta-feira o seu próximo adversário, quando se realizar o sorteio na sede da UEFA, em Nyon.

Num mês de muitas decisões, umas a seguir às outras, o Sporting foi competente, tranquilo e não deu quase nada ao Young Boys, campeão suíço que veio da Champions. Garantiu cedo a vantagem, dominou, geriu e só cedeu quando já não havia nada em jogo. Gyökeres marcou o seu 29.º golo da época (e só não chegou aos 30 porque falhou um penálti), Diomande voltou a jogar quase dois meses depois e não se notou ponta de ferrugem no central marfinense, Koindredi voltou a ter minutos, tal como Fresneda, quase tudo a correr de acordo com o plano – menos o resultado.

Como prometera, Amorim promoveu uma pequena revolução no “onze”, com as entradas de Esgaio, Matheus Reis, Diomande, Bragança e Edwards para os lugares de Geny, Nuno Santos, Coates, Morita e Pedro Gonçalves – gestão necessária, para manter as pernas frescas durante os dois importantes confrontos, em Vila do Conde com o Rio Ave, e em Alvalade com o Benfica. E com meia equipa nova, o Sporting pode não ter sido tão exuberante como em jogos anteriores, mas não deixou de estar sempre no comando.

Em teoria, o Young Boys iria entrar com a urgência de marcar, mas a formação orientada por Raphael Wicky preferiu esperar pelo que o jogo iria dar. E o jogo só deu Sporting, que marcou logo na primeira oportunidade que teve, aos 13’. Numa bela demonstração de telepatia futebolística, em que todos sabiam o que cada um ia fazer, a bola circulou por Bragança, Edwards e Trincão antes de chegar a Gyökeres no coração da área. O sueco fez a sua dança perante a defesa suíça, puxou para o pé esquerdo e atirou a contar.

O golo reduziu ao mínimo o perigo de uma eventual recuperação dos suíços e o Sporting esteve com um grau de conforto a rondar os 100% durante 90% do tempo. Tanto que não houve uma avalanche ofensiva sobre o adversário, mas incursões selectivas que quase deram o segundo golo várias vezes. Aos 40’, por exemplo, com um remate de Bragança que saiu ao lado depois de uma bola que ele próprio conquistou no meio-campo, ou aos 46’, num falhanço incrível de Edwards quase dentro da baliza depois de um cruzamento perfeito de Gyökeres.

Mas nenhuma foi tão flagrante como o penálti assinalado aos 55’ a castigar uma falta do veterano Lustenberger sobre Trincão. Era a oportunidade para o sueco chegar às três dezenas de golos pelo Sporting, mas o guarda-redes Von Ballmoos adivinhou o lado e deteve o remate, repetindo o feito à recarga de Bragança. O guardião suíço voltaria a estar em destaque a deter, com alguma sorte, um remate de Bragança, após jogada de Edwards pela direita.

O melhor que os suíços fizeram durante os 90 minutos foi meter duas bolas na área, uma com o português Joel Monteiro a chocar com Adán, outra com o Males a cabecear para dentro da baliza, mas em fora-de-jogo. E, a cinco minutos do fim, o Sporting “ofereceu” o empate aos suíços, com um penálti provocado por um braço de Edwards na bola dentro da sua área e convertido com competência por Ganvoula. Nada de significativo para o destino da eliminatória, apenas penalizador para alguma ineficácia “leonina”. Mas este nível de desperdício será perigoso em outros contextos.

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