Rio Ave secou o caudal ofensivo do FC Porto

Num jogo em que os portistas tiveram sempre o domínio e desperdiçaram muitas oportunidades, os vilacondeses conseguiram segurar um empate a zero.

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O FC Porto não conseguiu marcar contra o Rio Ave LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO
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Durante os primeiros 45 minutos, um golo do FC Porto pareceu sempre uma inevitabilidade, mas, depois de desperdiçar uma mão cheia de oportunidades na metade inicial, os “dragões” deixaram que o Rio Ave interrompesse a boa fase que a equipa portista atravessava. Num jogo onde a equipa portista dominou por completo, os vilacondenses chegaram a parecer perdidos no Dragão, mas conseguiram secar o caudal ofensivo dos “azuis e brancos”, que, com o empate a zero, podem terminar a jornada 20 a sete pontos do Sporting e a seis do Benfica.

O duelo entre o terceiro classificado e o antepenúltimo era, à partida, uma boa oportunidade para o FC Porto manter a retoma – de resultados e de exibições – conseguida no último mês e, sem surpresa, Sérgio Conceição não mexeu um milimétrico no plano de jogo que apresentou nos últimos jogos. Com um 4x3x3 que se tem mostrado uma fórmula de sucesso, o técnico portista deixou o reforço Otávio Ataíde no banco e atacou os vilacondenses com a mesma equipa que tinha vencido na jornada anterior em Faro.

Do outro lado, apresentou-se no Dragão uma equipa em reformulação. Impossibilitado de contratar na janela de transferência do Verão, o Rio Ave fez a curta deslocação ao Porto com um currículo pouco animador - duas vitórias nas últimas 19 jornadas -, mas com um plantel muito mais capacitado: o clube de Vila da Conde, agora propriedade do grego Evangelos Marinakis, contratou uma dezena de reforços em Janeiro. No entanto, apostado em três centrais, Luís Freire apostou de início em apenas duas das caras novas, ambos reforços para o meio-campo: Tanlongo, emprestado pelo Sporting, e João Teixeira, que está de regresso ao futebol português.

No entanto, os primeiros minutos rioavistas no Dragão foram de desnorte quase total. Apostando num ritmo elevado logo desde o início, o FC Porto não permitia que o rival conseguisse fazer mais do que meia dezena de passes consecutivos e, logo no quarto minuto, o árbitro António Nobre apontou para a marca de grande penalidade, mas após ver as imagens, mostrou cartão amarelo a Evanilson por simulação.

Meia dúzia de minutos depois, o videoárbitro voltou a ser a bóia de salvação do Rio Ave: Jhonatan defendeu um remate de Nico González, mas, na recarga, Galeno colocou a bola no fundo da baliza. No entanto, foi assinalada uma posição irregular ao extremo de quatro centímetros.

Com a sua equipa perdida em campo, Luís Freire pedia tranquilidade aos seus jogadores e, logo de seguida, um remate cruzado de Emmanuel Boateng assustou Diogo Costa, mas a oportunidade do ganês foi a excepção que confirmou o domínio dos portistas que, até ao intervalo, tiveram mais uma mão cheia de boas oportunidade para marcar.

Para Luís Freire, a chegada do intervalo com o marcador a zero foi a melhor notícia dos primeiros 45 minutos e, perante a inoperância da sua equipa (29% de posse de bola), o técnico trocou Fábio Ronaldo e Joca por mais dois reforços de Inverno: Marious Vrousai e Aziz Yakubu. Apesar da entrada de caras novas, o Rio Ave voltou com a mesma atitude – tentar sempre sair a jogar desde a sua grande área -, o que resultava em perdas de bolas constantes no seu meio-campo que o FC Porto aproveitava para criar rapidamente perigo junto da baliza de Jhonatan. Porém, para desespero de Conceição, o filme repetia-se: as oportunidades “azuis e brancas” terminavam em infelicidade na finalização ou em defesas seguras do guarda-redes rioavista.

Com o rival entrincheirado no seu meio-campo e a sua equipa a ter muito volume de jogo ofensivo, o treinador do FC Porto retardou as substituições até aos 74 minutos, quando lançou dois espanhóis - Ivan Jaime e Toni Martinez -, alterando o sistema táctico para um 4x4x2.

O problema, para Conceição, é que já estava a jogar contra o relógio. Com pouco mais de um quarto de hora para jogar, o FC Porto já não tinha o discernimento (nem o fôlego) da primeira parte e, pelo contrário, o Rio Ave já conseguia secar o caudal ofensivo do ataque portista que, depois do “zero” em Alvalade na jornada 14, voltou a ficar em branco.

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