Politécnico de Viana e Escola Agrária de Ponte de Lima vão dar apoio aos viticultores do vale do Lima

Consórcio liderado pelo Politécnico de Viana do Castelo reúne sete entidades e quer valorizar o vinho produzido no vale do Lima, partilhando com os viticultores conhecimento científico e tecnológico.

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O apoio do Politécnico de Viana do Castelo e da Escola Agrária de Ponte de Lima aos viticultores do vale do Lima irá desde a escolha dos melhores solos para plantar vinha nova até à rentabilização de subprodutos Anna Costa
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Liderado pela Escola Superior (ESA) Agrária de Ponte de Lima, o consórcio constituído esta terça-feira reúne sete entidades e tem como prioridade a valorização do vinho verde, através da partilha de conhecimento científico e tecnológico com os viticultores do vale do Lima.

"É um momento histórico para o vale do Lima. Está lançada a pedra necessária para que o sector possa prosseguir com mais qualidade, mais valor para um futuro de sucesso e de criação de mais riqueza", afirmou o presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Carlos Rodrigues, após a assinatura do protocolo para a elaboração de um projecto integrado de apoio à vitivinicultura do vale do Lima.

O compromisso, assinado na ESA, em Ponte de Lima, junta o IPVC, os municípios de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), a Adega Cooperativa de Ponte de Lima e a Barcos Wines — Adega Ponte da Barca e Arcos de Valdevez.

O consórcio irá "delinear um conjunto de estratégias de promoção, gestão, partilha e transferência de conhecimento científico e tecnológico, mas também de protecção e de valorização do território e de todas as suas características e valências únicas", partilhou Carlos Rodrigues. Para o presidente do IPVC, a parceria garantirá também "maior proximidade entre a academia, os decisores políticos e os produtores".

Pela CVRVV, Dora Simões destacou o "modelo multidisciplinar" do consórcio, alertando para a necessidade de "aumentar o preço das uvas e do vinho, incrementar o potencial produtivo, respeitando a tradição e o desenvolvimento do negócio do vinho verde num ambiente sustentável". "É um privilégio de ter na região bons centros académicos, como o IPVC, para divulgar o conhecimento prático, utilizável, rapidamente assimilável aos agentes económicos para que possam desenvolver os seus negócios", adiantou a presidente da Comissão de Viticultura, referindo que o projecto poderá ser "inspirador" para outras regiões.

Para a presidente da adega cooperativa de Ponte de Lima, Celeste Patrocínio, a valorização do vinho verde é "uma prioridade e um desígnio" para o sector, a braços com o abandono da agricultura e o envelhecimento da população. "É essencial atrair jovens para a actividade. Isso só se faz com um rendimento compensador. Tudo o que for feito para que o viticultor tenha maior rendimento, através da valorização do vinho verde, no país e fora do país, é essencial. Temos de dar esse salto", fincou.

Apoio ainda antes de plantar

Segundo o Politécnico, o projecto integrado de apoio à vitivinicultura do vale do Lima "prevê a transferência de conhecimento aos vitivinicultores relativamente à identificação das zonas de aptidão vitivinícola, à gestão eficiente e racional dos recursos hídricos, à protecção e manutenção da fertilidade do solo, à adopção de técnicas e métodos de viticultura de precisão e à valorização dos subprodutos da fileira vitivinícola numa óptica de economia circular".

O IPVC e as restantes entidades vão trabalhar em conjunto na identificação de oportunidades e apostar, entre outros, numa produção mais eficiente e optimizada, atendendo às características da região, conciliada com uma gestão mais atenta dos recursos hídricos, cada vez mais escassos mas fundamentais para o sector, assim como apostar em práticas agrícolas mais sustentáveis, como o recurso a adubos orgânicos.

O IPVC "irá actuar em estreita articulação com o NUTRIR-CISAS —- Núcleo Tecnológico para a Sustentabilidade Agroalimentar —, que conta com uma equipa multidisciplinar de docentes e investigadores, que proporcionam uma visão integrada do território", explicou o seu presidente.

"Os objectivos prioritários passam pelo desenvolvimento de produtos, processos e métodos inovadores, o desenvolvimento inteligente, competitivo e inclusivo, a captação e instalação de recursos humanos qualificados, a promoção do emprego científico e o estabelecimento de parcerias em sintonia com a região."

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