Open da Austrália: Zheng Qinwen está destinada a imitar Li Na

Chinesa é a segunda mais jovem finalista asiática na final de um major e vai encontrar Aryna Sabalenka, que procura defender o título.

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Zheng Qinwen a responder às solicitações dos fãs Reuters/ISSEI KATO
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Quando se cruzaram em Melbourne, a sua ídola Li Na aconselhou Zheng Qinwen: “Não penses muito.” Zheng, que se recorda de quando Li Na triunfou em Roland Garros, em 2011, e se tornou na primeira campeã asiática de um major, admitiu que é um conselho difícil de seguir quando se está no court, mas foi suficiente para a levar a ser a primeira tenista chinesa a disputar uma final do Grand Slam desde… Li Na, há 10 anos.

Ao atingir o encontro decisivo do Open da Austrália, a tenista de 21 anos é também a segunda mais jovem finalista asiática de um major - mais nova, só a japonesa Naomi Osaka no US Open de 2018, com 20 anos. Zheng sempre sonhou com a conquista de um torneio do Grand Slam e, no sábado, na final do Open da Austrália, vai ter a primeira oportunidade de cumprir esse sonho, depois de encerrar a série de oito encontros ganhos por Dayana Yastremska em Melbourne Park.

“Estou quase lá, mas sei que esta pequena distância é grande”, reconheceu a jogadora que, às vezes, acredita no destino. “Quando tudo corre bem, eu acredito no destino. Mas se o destino não corre para o meu lado, não acredito em nada”, explicou Zheng. Quis o destino que a parte superior do quadro feminino se fosse desfalcando das principais favoritas e Zheng chega à final sem enfrentar nenhuma adversária do top 50 – imitando Arantxa Sanchez Vicario que, em 1995, foi a primeira finalista na Austrália sem defrontar adversárias cabeças-de-série.

Yastremska (93.ª) começou melhor, mas depressa a chinesa entrou no ritmo do encontro. Uma pequena lesão abdominal da ucraniana de 23 anos forçou-a a arriscar mais, a cometer mais erros (24 no total), não conseguindo acompanhar a eficácia de Zheng no serviço e acabando por ceder pelos parciais de 6-4, 6-4. A tenista nascida em Shiyan, mas baseada em Barcelona desde 2019, chegou a Melbourne como 15.ª do ranking, mas já tem assegurada a subida ao sétimo lugar (ou sexto, caso vença a final), sendo a segunda chinesa a integrar o top 10 desde a sua criação em 1975. Yastremska regressa ao top 40.

Zheng tinha como melhor resultado no Grand Slam a presença nos quartos-de-final no último US Open, derrotada (6-1, 6-4) por Aryna Sabalenka, no único duelo entre ambas. Sábado (7h30), a chinesa volta a encontrar a mais consistente tenista em majors. Na sua sexta meia-final consecutiva em torneios do Grand Slam, Sabalenka eliminou Coco Gauff (4.ª), por 7-6 (7/2), 6-4, e vingou a derrota, quatro meses antes, na final do US Open. “Vai ser uma final muito competitiva porque penso que Sabalenka é uma das jogadoras que batem com mais potência no circuito. Tem o serviço mais forte, a direita mais forte, a esquerda mais forte. É uma jogadora muito completa”, frisou Zheng.

Sabalenka mostrou-se pronta para a tenacidade e capacidade de devolver muitas bolas de Gauff e terminou com a série de 12 vitórias consecutivas em majors e de 10 encontros ganhos em 2024 da teenager norte-americana. A bielorrussa de 25 anos é a primeira a disputar duas finais consecutivas no Open da Austrália desde Serena Williams em 2016 e 2017 e, ao chegar ao derradeiro dia do torneio, garantiu a manutenção do segundo lugar do ranking.

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