Cartas ao director

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Vai começar a “festa”

Daqui a poucas semanas começará, oficialmente uma vez que já está em curso, nova campanha eleitoral para eleger 230 deputados que ninguém conhece realmente, escolhidos pelas “máquinas” da meia dúzia de partidos que reúnem votos suficientes para o efeito.

Vamos ser inundados de promessas vãs e, maioritariamente, incumpríveis, que nos vão (tentar) convencer que irão realizar os líderes de cada concorrente, se neles votarmos. E o povo, que nada sabe de economia nem de finanças, irá escolher em função da simpatia – o aspecto físico, o à-vontade, o tom de voz, a roupa que vestem, etc. – e a habilidade em “vender banha da cobra” de cada um.

Nenhum partido irá apresentar um programa de governo ou um plano calendarizado e credível de medidas para resolver os candentes problemas da saúde, da educação, da habitação, da perda de poder de compra e da justiça, que são os que mais afectam e preocupam a maioria dos portugueses. Para isso teriam de justificar onde e como (a que custo, social ou financeiro) obteriam os meios (capital) necessários e como o geririam entre as necessidades acima referidas.

Mas como “eles” sabem que essa linguagem pouco ou nada diz ao povo eleitor, vão encher-nos os ouvidos de vãs promessas de aumentar ordenados e/ou baixar impostos (e o aeroporto, senhores, o aeroporto que tanta falta faz e somos nós que vamos decidir qual o melhor lugar e depois construir) e todos os problemas serão assim resolvidos. Sabem eles bem que para quase cinco milhões de reformados e trabalhadores directamente dependentes do Estado tais promessas são o mel com que se apanham moscas desprevenidas. Nada de novo, portanto.

Jorge Mónica, Parede

Caso das gémeas

Muito se tem falado sobre este caso, mas ninguém falou da raiz do problema. Ninguém falou sobre o lobby dos grandes laboratórios e da possibilidade de existirem influências para que estes laboratórios façam negócios. Como é possível um laboratório vender medicamentos que não estão acessíveis a ninguém? Se os governantes cortarem as compras destes medicamentos de valor tão elevado, acaba o negócio. E, afinal, estes medicamentos nem sequer são 100% eficazes.

Ora, com os problemas que o nosso país enfrenta, em especial no campo da saúde, porque compramos esses medicamentos? O que tem de ser investigado é quem autorizou a compra destes medicamentos, quando há tantas dificuldades na compra de outros produtos necessários e em falta. Seria como eu comprar um Rolls-Royce e não ter dinheiro para comprar uns sapatos.

Influências sempre as houve e não é assim tão grave fazer um pedido do género “Vê lá se consegues atender este meu amigo”. Grave seria se houvesse ameaça ou suborno. O importante, como referi, é saber como foi autorizado de início a compra desse medicamento. E quem é o responsável por isso.

João Barão, Lisboa

Terapias genéticas

A leitura atenta das páginas 4 e 5 do PÚBLICO de sábado, sob o título em epígrafe, excelente trabalho das autoras, permite uma perspectiva mais esclarecida sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, e não só. Daí que em vez da propalada e despropositada xenofobia parece mais certo falar de “Presidentofobia”, porque se põe em causa eventual “cunha” e isenção do prof. Marcelo, o que, atendendo aos factos mencionados, é manifestamente despropositado. Oxalá as gémeas obtenham bons resultados que lhes foram possibilitados aqui no velho Portugal, ao contrário do que sucedeu no seu país de origem.

António Trigueiros, Torres Vedras

Qual o crime de Guterres?

Israel considera António Guterres um criminoso pelo simples facto de ter chamado a atenção para a realidade das demasiadas mortes que continuam a ocorrer na Faixa de Gaza. Relembro que os civis do Norte de Gaza foram forçados a deslocarem-se para zonas no Sul como Khan Yunis, que agora é também alvo de ataques constantes. Para onde poderão ir agora os palestinianos que se encontram nessa zona? Pada onde? António Guterres merece o apoio de todos os que são sensíveis às causas humanitárias, uma vez que essa foi sempre uma das suas grandes preocupações.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Jornal de Notícias

É preocupante a situação laboral vivida no Jornal de Notícias, com reflexo na suspensão da publicação. Fundado em 1888, começou a ser vendido por 10 réis. Custa a imaginar que o velhinho JN possa terminar definitivamente, causando despedimentos e deixando um vazio no jornalismo português. Não vai ser fácil o JN sair desta situação. Com tantos investidores para o futebol profissional, não há quem inverta o rumo negativo do JN?

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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