Sporting saiu de Bérgamo com o mal menor

“Leões” empatam (1-1) com a Atalanta e ficam em segundo lugar do seu grupo na Liga Europa. Para acederem aos “oitavos”, terão de defrontar um dos repescados da Liga dos Campeões.

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Gyökeres voltou a ser um dos destaques do Sporting Reuters/ALBERTO LINGRIA
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O Sporting quer ser uma equipa de Liga dos Campeões, mas, por enquanto, terá de se contentar em defrontar um repescado da Champions para aceder aos oitavos-de-final da Liga Europa. Nesta quinta-feira, em Bérgamo, os “leões” ficaram-se por um empate (1-1) no reencontro com a Atalanta, um resultado que não chegou para o primeiro lugar do Grupo D, mas que é o suficiente para segurar o segundo lugar, porque, no outro jogo do agrupamento, o Sturm Graz perdeu com o Rakow.

Rúben Amorim voltou a ser cauteloso neste reencontro com a Atalanta, apresentando dois alas mais defensivos (Esgaio e Reis) em vez de apenas um, compreendendo-se, no entanto a opção de Trincão em vez de Edwards – o britânico tinha sofrido um acidente rodoviário no dia anterior, sem consequências físicas, mas com impacto psicológico. Mas o segredo, tinha dito Amorim no dia anterior, não seria o “onze”, mas a capacidade para não repetir os erros do jogo de Alvalade – foram muitos e custaram caro.

Que lições teria o Sporting aprendido desse jogo? Já sabia que a Atalanta era uma equipa que dava tudo na pressão junto à área do adversário, com muita gente e muita agressividade. O que os “leões” tinham de fazer era “apenas” ultrapassar essa linha de pressão e aproveitar a potência física do seu ponta-de-lança para criar superioridade na área contrária. Mas este “apenas” era bem difícil de fazer, porque a Atalanta estava bem instruída pelo seu treinador Gasperini para tapar todos os caminhos e lutar por todas as bolas.

Durante os minutos iniciais, o Sporting conseguia ter bola, mas não saía do seu meio-campo. Muita circulação, pouca profundidade e Gyökeres recebia a bola quase sempre em condições difíceis. Tudo aquilo que o Sporting tentava fazer, a Atalanta conseguia fazer melhor, muito graças ao acerto de Ederson no meio-campo e a capacidade de desmarcação de Scamacca – aos 7’, o internacional italiano chegou mesmo a meter a bola na baliza, mas estava em fora-de-jogo, tal como num lance aos 14’, em que um remate seu foi bem defendido por Adán.

No meio do equilíbrio com sinal mais dos italianos, foi o Sporting a ter a sua primeira grande situação de golo aos 20’. Finalmente Gyökeres conseguiu ganhar um duelo ao central albanês Djimsiti, arrancou em direcção à baliza e, com um remate cruzado, quase fez o golo. Foi quase um oásis no deserto sportinguista da primeira parte.

Pouco depois, a Atalanta colocou-se em vantagem. Mais uma desmarcação de Scamacca, desta vez mais rápido que a linha defensiva do Sporting, e, bem longe da baliza, fez o 1-0 – Adán estava um pouco adiantado e não conseguiu melhor do que tocar na bola com a ponta dos dedos.

Repetia-se o filme de Alvalade. Muita Atalanta para pouco Sporting. E Amorim fez exactamente o mesmo que tinha feito nesse jogo, lançando Edwards e Catamo para formarem uma ala direita renovada. A aposta quase deu frutos no imediato. Catamo teve uma bela jogada pelo flanco, meteu a bola em Edwards, mas o remate do britânico acabou por ser interceptado por Djimsiti a caminho das redes italianas.

Era um sinal promissor para a segunda parte. Scamacca ainda teve uma oportunidade aos 49’, um remate que saiu ao lado, mas, depois disso, quase só deu Sporting. E aos 56’, os “leões” nivelaram o marcador. Mais uma vez Gyökeres a segurar a bola e a dar para Edwards. O britânico avançou pelo meio e, de pé direito, fez o 1-1. Havia ainda muito tempo para concretizar a reviravolta, e os “leões” forçaram.

Mas ainda não seria desta que o Sporting iria ganhar pela primeira vez em Itália. Os "leões" tiveram, pelo menos, mais duas grandes oportunidades para o 1-2, ambas protagonizadas por um homem que costuma ser exímio nos passes para a baliza. Pedro Gonçalves já tinha tido uma bela oportunidade na primeira parte (o chapéu não lhe saiu bem) e voltou a ter o golo nos pés aos 66'. Edwards fez a jogada e, em frente à baliza, Pote acertou no poste com tanta precisão que a bola foi bater no outro poste e não entrou.

E aos 70', depois de um passe de Morita, o 8 do Sporting ficou isolado frente a Juan Musso, mas quis tanto afastar a bola do guarda-redes que o remate saiu ao lado. Ele que já marcou golos do meio-campo e de todo o lado.

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