No País dos arquitectos: arquitectura sustentável

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Cortesia Pedrêz
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Chão
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,Design de interiores
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SKREI -  Moradia Caminha
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Moradia em Caminha Cortesia Pedrêz
casa da silvia freitas, em fase de construcao - famalicao
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Casa em Famalicão Cortesia Pedrêz
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A Building Pictures, produtora de filmes de arquitectura, está empenhada em levar a arquitectura portuguesa aos mais novos e, desta vez, o podcast No País dos Arquitectos, em parceria com a Casa da Arquitectura, desafiou crianças dos 9 aos 12 anos a realizarem, em conjunto, um episódio especial.

Nesta conversa, os convidados foram o arquitecto Francisco Adão da Fonseca e a Matilde Cabral, da Pedrêz, uma oficina que cruza a arquitectura, a arte e a sustentabilidade.

O episódio foi produzido num workshop, onde as crianças foram convidadas a participar em todas as fases de produção de um podcast, desde desenhar uma imagem personalizada para o episódio, fazer pesquisa sobre a Pedrêz e o seu trabalho, preparar as perguntas, gravar o episódio e editar o áudio. No fundo, a conversa foi uma oportunidade para as crianças aprenderem sobre o processo de produção de um podcast, ao mesmo tempo que deu a possibilidade de levar a arquitectura sustentável aos mais novos. Algumas das questões lançadas pelas crianças foram: “Como é ser um arquitecto sustentável?; “Qual foi a melhor obra que desenvolveram?”; “Como é que se inspiraram?”; “Em relação ao preço, uma casa sustentável é igual a uma casa ‘normal’?”; “Alguma vez, utilizaram pigmentos que provêm da natureza nas vossas construções?”

No início da conversa, Francisco Adão da Fonseca começa por explicar que a Pedrêz alia a sua visão arquitectónica ao conhecimento têxtil da Matilde: “Na oficina, lemos tratados de construção civil, tratados de alquimia (...) e encontramos muita coisa que tem aplicação directa nos dias de hoje.” As “receitas” são formuladas a partir “da investigação de determinados materiais, tecnologias ou sistemas construtivos”. Observando a natureza, Matilde Cabral explica que o conceito da sustentabilidade está relacionado com o “equilíbrio” e com uma cuidada gestão de recursos: “Por vezes, as pessoas querem ouvir que «Sim, podem ter mais casas», «podem gastar mais», «podem usar o plástico que quiserem» e nós tentamos dizer que isso não [é possível]. É preciso usar menos. É preciso respeitar a natureza.”

A título de curiosidade, o arquitecto recorda que um dos trabalhos que mais gostou de desenvolver foi um que, na verdade, nunca chegou a acontecer: “Havia um cliente que queria fazer um hotel no sítio mais bonito do seu terreno. O terreno era muito grande, mas estava muito doente, tinha muito pouca biodiversidade. (...) E, num determinado momento, conseguimos convencer o cliente a não fazer o hotel. (...) Acho que isso foi um contributo muito grande que demos para aquele território porque (...) o hotel iria destruir tudo o que ainda restava ali.” É nessa perspectiva que Francisco Adão da Fonseca considera que é também da responsabilidade dos arquitectos a decisão da não construção: “Às vezes, os projectos também servem para mostrar que não se deve construir, que se deve talvez optar por outros territórios, ou por outras soluções.”

Partindo sempre de um trabalho experimental, Matilde Cabral refere que um dos materiais que mais se destaca nas construções da Pedrêz é o cânhamo. Porém, quando começaram a pensar utilizar a planta nos seus projectos, houve muita resistência: “Nós queríamos construir em cânhamo, mas não havia ninguém que quisesse fazer a obra. (...) Tivemos de criar uma máquina para fabricar tijolos de cânhamo e assim tornar possível a construção.”

Como a arquitectura antecipa cenários para um futuro que ainda está a ser construído, o reconhecimento desse trabalho nem sempre é imediato: “Muitas vezes, as outras pessoas não aceitam logo as nossas ideias. Nós temos de acreditar e lutar por elas. Essa fase de luta e de levar os outros a aceitar as nossas ideias – porque nós já as vemos muito antes – é difícil. (...) Mas quando conseguimos convencer alguém é muito bom. Isso é o que nos dá força para continuar e para não desistirmos do caminho da sustentabilidade”, sublinha Matilde Cabral.

Para saber mais sobre o trabalho desenvolvido pela Pedrêz e as perguntas lançadas pelas crianças neste episódio, ouça a entrevista na íntegra.

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