Pinto da Costa: “O que se passou na AG foi muito mau mesmo”

O presidente do FC Porto comentou pela primeira vez, em entrevista à SIC, os incidentes na assembleia geral extraordinária de 13 de Novembro.

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Pinto da Costa acompanhado pelo seu filho Alexandre Pinto da Costa durante a tomada de posse em 2021 JOSÉ COELHO
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Quarenta e um anos e sete meses depois de ser eleito pela primeira vez presidente do FC Porto, Pinto da Costa recebeu na noite desta terça-feira no Estádio do Dragão a SIC para, em entrevista, fazer pela primeira vez a sua análise a uma semana atípica na sua regência como líder dos “dragões”. Após o turbilhão vivido na Assembleia Geral (AG) extraordinária de 13 de Novembro - e todo o desconforto interno provocado pelas agressões entre sócios portistas -, Pinto da Costa admitiu que o que se passou “foi muito mau mesmo”, mas resultou de “incitamentos nas redes sociais”.

Com o Estádio do Dragão como pano de fundo, a primeira pergunta com que Pinto da Costa foi confrontado foi sobre o que pensava em relação ao que tinha acontecido na AG. O presidente do FC Porto, começou por dizer que o que tinha a dizer, era “o que todos sentem". "Foi um momento muito desagradável, muito mau mesmo. Ver sócios contra sócios", disse.

“Já tomámos todas as providências para que não se repetia na próxima AG. Decorrem dois inquéritos. Não vou dizer quem são os responsáveis, porque estava a antecipar-me, mas houve incitamentos nas redes sociais”, começou por dizer.

Sobre o seu silêncio nos dias seguintes, Pinto da Costa disse que estava a guardar-se para a entrevista e que, na AG, não lhe cabia “apelar à calma”. “Não tenho poder para separar pessoas em zaragatas. A única coisa que fiz foi pedir ao presidente do Conselho Fiscal para dizer ao presidente da Assembleia Geral que deveria terminar a assembleia”, acrescentou.

Garantindo que apenas conseguiu “identificar o Henrique”, “que até” é seu “amigo”, do “resto das pessoas”, Pinto da Costa não reconheceu “ninguém”, sendo que, segundo o dirigente, “os problemas só começaram com a intervenção do Henrique”.

Insistindo que foi “uma noite má, mas quando o FC Porto não ganha são sempre más noites”, Pinto da Costa teve dúvidas “se foi a pior ou não” desde que é presidente. “Até nos partidos há conflitos. Não entendo quem ganhou. O FC Porto perdeu e foi uma noite má para todos no FC Porto. Não é tornando-a pública para todos os nossos inimigos, para fazerem dela uma bandeira.”

Porém, apesar da “noite má”, o presidente dos “dragões” não vê qualquer divisão interna. “Não vejo divisões. As alterações não justificavam tanto alarido. Não compreendo como se transformou em desacatos. Não tenho redes sociais, mas mostraram-me a incentivar irem em grupos. De quem era? Não sei, o nome acho que era falso. Não foi ninguém para o hospital. Se entrasse a polícia, seria pior”, sublinhou.

"Admirado" com Villas-Boas

Sem revelar se irá recandidatar-se - “Não faço ideia”, afirmou -, Pinto da Costa deixou no ar a possibilidade de a renovação de Sérgio Conceição depender da sua permanência: “Acha que algum treinador de algum clube vai renovar contrato sem saber com quem vai trabalhar?”

Mais certezas mostrou ter sobre André Villas-Boas. O presidente do FC Porto disse que “depois da sua passagem” pelo FC Porto, falou com o antigo treinador portista “umas três vezes…” Porém, declinou fazer grandes comentários sobre as mais recentes declarações do potencial candidato à presidência dos “dragões”. “Não reajo. Ele é que sabe. Surpreende-me, mas não comento. Presumo que o intuito seja candidatar-se à presidência do FC Porto, tem todo o direito. Fico admirado, agora mágoa é quando nos morre alguém querido.”

Em cima da mesa esteve ainda o tema das finanças “azuis e brancas” - o FC Porto confirmou no relatório e contas o resultado negativo de 2,430 milhões de euros referente à temporada 2022/23 -, algo que não preocupa Pinto da Costa: "É uma situação que está dentro da nossa estratégia para chegar ao fim do ano com contas positivas, com capitais próprios positivos."

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