Cartas ao director

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Escola inclusiva

Segundo dados do Ministério de Educação citados pelo PÚBLICO de 6 de Novembro, no ano lectivo de 2021/22 havia 83.431 alunos com necessidades educativas especiais, carecendo de medidas selectivas e adicionais que são as que permitem adaptações ao currículo. Estes dados deveriam também incluir os alunos submetidos a medidas universais a quem são aplicadas medidas diversas por evidenciarem algum tipo de obstáculo à aprendizagem. Desta forma, apresentar-se-ia um diagnóstico mais real sobre as contrariedades com que têm de se confrontar os docentes titulares de turma e os conselhos de turma. Acudir a estes alunos sem menosprezar os restantes cujas capacidades também precisam de ser desenvolvidas, exige um árduo esforço e uma difícil gestão do trabalho docente que muitas vezes se torna inglório e com resultados comprometidos. Esta é mais uma das facetas que devem fazer reflectir quem vê o ensino como um simples “dar aulas” debitando matéria indiscriminadamente. Ensinar hoje é tudo menos isso e muitas vezes sem os recursos necessários.

José M. Carvalho, Chaves

Os monstros fazem a guerra

A guerra é o pior caminho da humanidade. Pode trazer benefícios a quem está no topo, mas, para quem está na base, traz apenas sofrimento, morte e destruição. Sou contra a guerra, sobretudo quando um país invade outro, ocupando o seu território – contudo, quando um país é ocupado, tem o direito de se defender.

Do meu ponto de vista, a humanidade tem o direito de viver sem guerras – considero-as uma monstruosidade, e um meio de consumir meios que poderiam ser gastos em benefício das pessoas, como, por exemplo, na ciência e no conhecimento. Seríamos todos mais felizes e o mundo seria mais desenvolvido. Considero que a guerra é mesmo feita por monstros.

Dinis Evangelista, Monte Abraão

Os "por centos"

Deu o PÚBLICO uma grande oportunidade ao primeiro-ministro, a propósito do SNS, para se espraiar por uma “praia” de que ele gosta tanto. Promessas e "por centos". Mais milhões para aqui. Mais "por centos" para acolá. Na perspectiva do primeiro-ministro, ninguém o pode contestar. O SNS está bem e recomenda-se com muitos milhões para gastar.

Há algum tempo descobri que sou doente do SNS e, quando quero marcar uma consulta na minha Unidade de Saúde Familiar, diz-me sempre por escrito que as marcações estão indisponíveis. Assim, muito gostaria que o primeiro-ministro, que domina tão bem os “por centos”, me pudesse ajudar e dizer ao fim de quantos por cento de chamadas é que eu preciso de fazer para conseguir obter uma consulta.

José Rebelo, Caparica

Marcelo vs. Palestina

O encontro de Marcelo com os manifestantes pró-Palestina saldou-se por um vexame do Presidente, pois ouviu o que muita gente pensa: Marcelo continua a ser um comentador que, por acaso, é Presidente. E podia ter evitado ter sido enxovalhado pelas poucas dezenas de pessoas que se deslocaram até ao Palácio de Belém.

O diálogo que teve com o embaixador da Palestina não foi só triste mas pouco próprio do primeiro magistrado da nação. O representante máximo do Estado português não pode confundir o Hamas com a Autoridade Palestiniana. Um ignorante pode ter esse deslize, Marcelo seria a última pessoa a poder tê-lo. Espera-se que a lição tenha sido bem aprendida e que tenhamos um Presidente e não um mero comentador das nossas televisões. A bem do país e das suas instituições.

Manuel Alves, Lisboa

Estou a ficar baralhado!

Marcelo desconhece os crimes cometidos por Israel, ao longo de décadas? Desconhece que Israel ignora as decisões da ONU? Se desconhece, não o condeno por defender o indefensável. Junto dos manifestantes [pró-Palestina] que o criticaram, afirmou que "disse o que Portugal pensa". Antes, disse que "somos fado, (...) somos Cristiano Ronaldo". Será que, apesar de dispor do respectivo cartão de cidadão, sou português?!

Antonio Linhan, Londres

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