África do Sul sobrevive à estratégia inglesa e está na final do Mundial

Na segunda meia-final do Campeonato do Mundo de râguebi, os “springboks” derrotaram a Inglaterra, por 16-15.

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Parecia que, desta vez, a estratégia inglesa de fechar o jogo e apostar na fiabilidade dos seus chutadores iria derrubar os “springboks”, mas, a apenas dois minutos do fim, a África do Sul manteve a tradição. Tal como tinha acontecido por duas vezes no Mundial 2007 – na fase de grupos e na final - , os sul-africanos derrotaram os ingleses no Stade de France, por 16-15, e, dentro de uma semana, vão regressar a Saint-Denis para defrontar a Nova Zelândia na final do Campeonato do Mundo de râguebi.

Um dia depois de o confronto entre a Nova Zelândia e a Argentina ter ficado aquém das expectativas – demérito dos “pumas”, que cometeram erros em demasia e nunca conseguiram colocar em causa a superioridade dos “all blacks” -, a segunda meia-final do Mundial nunca seria, se se cumprisse o que é o habitual plano de jogo de sul-africanos e ingleses, um jogo entusiasmante.

Na verdade, o frente a frente entre a Inglaterra e a África do Sul foi o que se previa, mais ainda num dia de chuva nos arredores de Paris: um jogo sempre fechado, com pouco ou nenhum risco no jogo à mão e apenas um ensaio, marcado já na parte final.

A pressão estava toda do lado dos campeões do Mundo e isso ficou visível ao longo de todo o jogo. Após conseguir, nos quartos-de-final, impedir que a França vencesse o Mundial em que tanto apostava, a África do Sul, desta vez, mostrou dificuldades para se adaptar ao jogo do rival.

Exibindo mais vontade desde o pontapé inicial, os ingleses fizeram o que os ingleses fazem no râguebi: exploraram até ao limite o jogo ao pé. Assim, mesmo impondo o plano de jogo que qualquer rival conhece, conseguiram colocar os “springboks” numa posição desconfortável e, de forma surpreendente, os erros começaram a acumular-se do lado dos campeões do Mundo.

Na primeira parte, com quatro penalidades de Owen Farrell, os britânicos colocaram-se na frente, por 12-6 e, quando o médio de abertura fez o 15.º ponto (pontapé de ressalto aos 53’), a África do Sul ficou encostada às cordas.

Porém, com um banco de melhor qualidade – ter Faf de Klerk e Pollard como suplentes é um luxo -, a África do Sul arriscou tudo nos últimos minutos e, aos 69’, Snyman fez o único ensaio do jogo.

A perderem por dois pontos (13-15), os sul-africanos ficavam a precisar de três pontos, que chegaram a dois minutos do fim: após a África do Sul conquistar uma falta numa formação-ordenada, Pollard não desperdiçou uma penalidade a quase 50 metros, colocando os “springboks” na final com os “all blacks”.

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