Descodificar a IA generativa é a proposta da 14.ª edição da Q-Day Conference

O evento, que decorre a 19 de Setembro, irá centrar-se na inteligência artificial generativa e nas suas aplicações práticas para os sectores público e empresarial.

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O mundo está a assistir ao despertar de uma nova era para onde convergem abordagens algorítmicas, poder computacional e inovação sem precedentes. A IA está na base desta transformação e o debate sobre os caminhos que permitirá trilhar será o ponto de partida para a reflexão entre os especialistas que marcarão presença na Culturgest , em Lisboa, no próximo dia 19 de Setembro, a partir das 9h00.

Durante décadas a Inteligência Artificial (IA) foi cenário de ficção científica, retratada frequentemente no cinema. Hoje, a realidade ultrapassou a ficção com o tema a ganhar estatuto de actualidade. No entanto, a verdadeira abrangência da IA vai muito além do conhecimento do cidadão comum para quem a face actualmente mais visível será certamente o ChatGPT.

A IA generativa representa a próxima grande revolução uma vez que, como explica João Paulo Carvalho, “tem a capacidade de gerar novas informações e contextos, não apenas de distingui-los, mas também de criar e explicar, o que a torna um auxiliar poderoso em qualquer tarefa criativa”. O co-fundador e senior partner da Quidgest explica ainda que todas as funções que envolvem geração de conteúdos estão a ser afectadas. “Os humanos que usam IA generativa são muito mais produtivos do que aqueles que não a usam. Não é com as máquinas que nos temos de preocupar. São outras pessoas, mais eficazes a integrar a IA generativa nas suas tarefas profissionais, que obtêm uma vantagem competitiva sobre nós”, exemplifica.

O tema, mais concretamente a sua descodificação através de um duplo sentido – descomplicar e descodificar, mas também reforçar a sua capacidade de evitar a utilização de código, cuja complexidade está a impedir a transformação digital e o bom uso da IA generativa -, será o mote da 14ª edição da Q-Day Conference, organizada pela Quidgest, empresa especialista na utilização de IA para a criação automática de software, que decorrerá na próxima terça-feira, 19, na Culturgest.

IA simbólica vs IA neuronal

Em jeito de enquadramento, e para que se entendam as diferenças essenciais entre as actuais abordagens da IA, João Paulo Carvalho explica as duas perspectivas principais que procuram emular características diferentes da cognição humana. A primeira tenta replicar o pensamento lógico e racional que está ao alcance da consciência. Esta abordagem, sublinha o responsável da Quidgest, a IA simbólica, “modela o raciocínio humano através de regras, lógica e algoritmos explícitos. O objectivo é criar sistemas que pensam de forma lógica, resolvem problemas, demonstram teoremas e explicam o seu raciocínio de uma forma compreensível para os humanos. É, por exemplo, o que faz a plataforma Genio da Quidgest, no desenvolvimento de software.

Por outro lado, a segunda perspectiva tenta imitar o funcionamento dos neurónios no cérebro humano. “A IA neuronal não se preocupa com a lógica explícita ou o raciocínio consciente. Ao invés, foca-se em criar sistemas que, sem recorrer a explicações, são eficazes em estabelecer associações estatísticas entre grandes volumes de informação, o que se designa por treino, e em usar essas associações para gerar ou completar conteúdos de maneira coerente e apropriada”, diz João Paulo Carvalho. Por exemplo, o GPT é eficaz a estabelecer associações estatísticas entre sequências de palavras, e a usar essas associações para gerar ou completar texto de maneira praticamente indistinguível de um humano. “Note-se que, apesar de os termos vulgarizados o sugerirem, o treino da IA neuronal não é uma aprendizagem, no sentido antropológico, e que estes sistemas não ‘aprendem’ de forma contínua ou autónoma após o treino”, reforça o responsável pela organização da conferência.

Com o objectivo de apontar caminhos e aplicações práticas desta tecnologia, nomeadamente como pode ser eficazmente introduzida e aplicada nas empresas e sector público, o evento contará com diversos painéis que discutirão, entre outros temas, o papel da IA generativa na mudança da consciência global, o seu papel numa nova geração de serviços públicos, a sua capacidade de transformar negócios e ampliar o sucesso das empresas e, não menos importante, a reinvenção que a IA generativa operará no trabalho e nas competências humanas. Haverá, ainda, um debate quanto ao modo como, no futuro próximo, poderão os profissionais da área melhor usar ferramentas de IA generativa.

Como assistir à Q-Day Conference: