Canoagem: Fernando Pimenta sagra-se tricampeão mundial em K1 1000

Canoísta português controlou a prova, liderando sempre excepto à passagem dos 500 metros, e bateu o húngaro Adam Varga, apurando-se ainda para Paris2024.

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Fernando Pimenta é campeão do Mundo de K1 1000 EPA/Keld Navntoft

Fernando Pimenta conquistou este sábado o título de campeão mundial de K1 1000 metros em Duisburgo, somando agora três títulos depois dos triunfos de 2018 e 2021, apurando Portugal para os Jogos Olímpicos de Paris2024​.

O canoísta português de 34 anos tornou-se no terceiro atleta a conseguir três ou mais Mundiais na categoria depois de ter controlado a prova em que superou o húngaro Adam Varga, tendo terminado a regata na pista 4 em 3m27,712s, com quase meia embarcação de vantagem (3m28,141s) sobre Varga, que ficou a 0,429 centésimos de segundo. O alemão Jakob Thordsen, com uma ponta final muito forte, chegou ao terceiro lugar e ao bronze (3m28,303s), a 0,591 segundos de Pimenta​.

Pimenta passou à frente aos 250 e aos 750 metros, depois de uma tentativa de inverter a lógica por parte de Adam Varga a meio da prova. No final, ainda incrédulo com a 133.ª medalha (depois do bronze conseguido na véspera em K1 500 metros), Pimenta explicou todas as dificuldades que enfrentou, tendo superado a covid-19 para estar em Duisburgo na melhor forma.

"Ainda não acredito no que acabei de fazer. Passei por muito esta época", assinalou. "Não digo que tenha sido a minha melhor regata de sempre, foi uma prova de superação. Tenho tido muito boas provas e o meu treinador ontem (sexta-feira) até me disse que foi uma das minhas melhores em K1 500 metros (bronze). Muitas vezes não podemos avaliar apenas pela cor da medalha, apesar de isso pesar bastante".

João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, felicitou de pronto o canoísta Fernando Pimenta pelo título mundial. "Brilhante título mundial do Fernando Pimenta! Três títulos mundiais acumulados na vertente olímpica de K1 1000 metros só está ao alcance de atletas excepcionais. Muitos parabéns e um abraço para toda a delegação nacional em Duisburgo", assinalou João Paulo Correia na rede social X, antigo Twitter.

Antes, Kevin Santos tinha ficado a um lugar do pódio em K1 200, que não integrava o programa para Paris 2024, prova em que o português foi campeão da Europa em 2022. Kevin Santos foi quarto classificado, com 35,565s, numa regata ganha pelo lituano Arturo Sejas (35,243s), seguido do georgiano Badri Kavelashvili (35,364s) e do espanhol Carlos Garrote (35,380s).

Também em VLM 200, Norberto Mourão conseguiu quota para Paris2024 com o quinto lugar, com 53,143s, apurando-se para os Jogos Paralímpicos, onde tem o objectivo de melhorar o bronze alcançado em Tóquio2020.

Em K1 500, Teresa Portela foi oitava, resultado que apura praticamente Portugal para os Jogos Olímpicos de Paris2024. Na pista três, e com seis vagas em disputa para os Jogos, Portela completou a prova em 1m52,436s, numa prova ganha pela neozelandesa Lisa Carrington, com 1m47,769s, enquanto a medalha de prata foi para a dinamarquesa Emma Aastrand Jorgensen (1m49,102s) e a de bronze para a húngara Tamara Csipes (1m50,699s).

A canoísta lusa aguarda agora que a Federação Internacional faça os desdobramentos finais para confirmar a vaga, no que constitui "um pró-forma", segundo declarações da própria à Lusa. A confirmar-se, esta será a segunda qualificação olímpica conseguida pela canoagem nos Mundiais de Duisburgo, depois de Fernando Pimenta.

Entretanto, a jovem dupla composta por Inês Penetra e Beatriz Fernandes, em C2 500 metros, terminou o Campeonato do Mundo na 12.ª posição, reforçando as aspirações de alcançar a qualificação olímpica para Paris2024.

“Conseguimos demonstrar que a embarcação evoluiu bastante nos últimos tempos e, apesar de termos ficado a poucas milésimas do segundo lugar, foram bons indicadores”, disse Beatriz Fernandes, que esta semana completou 19 anos.

As lusas terminaram a prova em 2m00,567s, a 136 milésimas de segundo do Cazaquistão, com o segundo lugar, numa regata vencida pela França.

Nos Mundiais de Duisburgo foram atribuídas oito vagas olímpicas, sendo que em 2024 há mais dois ingressos para a Europa, nos quais Inês, de 21 anos, e Beatriz estão focadas, até porque a sua juventude indicia margem de progressão.

A dupla continua integrada no Projecto Olímpico do COP, fundamental para apoiar a sua evolução.

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