Compreender as estatísticas, entender a pobreza

Os mecanismos que visam o planeamento e a avaliação de políticas públicas estão instituídos de forma precária no Estado, o que prejudica a eficácia das medidas adotadas pelos sucessivos executivos.

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No passado mês de abril, em entrevista ao programa Tudo é Economia, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, manifestou a sua estupefação perante uma ideia insistentemente propalada. Não raras vezes, no espaço público, alude-se a uma incidência da pobreza que abrange mais de 40% dos residentes em território nacional, o que motivou o seu reparo. Tal percentagem é obtida através de um cálculo no qual não são considerados os rendimentos provenientes das pensões de velhice e de reforma antecipada, ou seja, em que se excluem prestações pagas a mais de 2,2 milhões de beneficiários. Visto tratar-se de retribuições auferidas na sequência de carreiras contributivas consolidadas, o que as coloca no domínio previdencial do sistema de segurança social, é estranha a equiparação subjacente às demais transferências, como o Rendimento Social de Inserção ou o Complemento Solidário para Idosos.

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