Jorge Jesus admite que ida para o Al Hilal foi decidida em duas horas

O técnico esteve muito perto de se tornar seleccionador da Arábia Saudita.

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Jorge Jesus EPA/SEDAT SUNA
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Jorge Jesus explicou nesta terça-feira que o seu regresso ao Al Hilal foi um assunto resolvido em duas horas, numa altura em que tinha "tudo apalavrado" para assumir a selecção de futebol da Arábia Saudita.

"Em duas horas resolveu-se um problema do qual não estava à espera. Tinha praticamente tudo apalavrado, nunca assinei nada com a selecção da Arábia Saudita quando apareceu esta hipótese do Al Hilal. Eu já trabalhei no Al Hilal e foi um trabalho que ficou incompleto. (...) Pensei que deveria recomeçar um projecto que não tinha acabado", afirmou o técnico, no aeroporto de Lisboa, pouco antes da partida para a Áustria, onde irá juntar-se ao estágio da equipa saudita.

Jorge Jesus, que há cerca de três semanas deixou o Fenerbahçe depois de ter conquistado a Taça da Turquia, garantiu ter falado com representantes do Al Hilal e da federação antes de tomar uma decisão definitiva sobre o futuro.

"Disse ao presidente da federação e ao do Al Hilal que, se se entendessem, eu ia para o Al Hilal, clube com o qual tinha um compromisso moral, caso contrário ia para a selecção. O ministro [do Desporto] deixou-me escolher e optei pelo Al Hilal", afirmou o técnico, confessando que sentia ter um compromisso moral com o Al Hilal.

O técnico, de 68 anos, assumiu que gostaria de bons jogadores, como Bernardo Silva no clube saudita, que já conta com o internacional luso Rúben Neves, mas explicou que, por agora, pouco sabe das contratações do Al Hilal, equipa que orientou na época 2018/19.

"Não tenho o dossiê de nenhum jogador do Al Hilal. Foi chegar a Paris em duas horas, voltar a Portugal, ir agora para a Áustria. Não falei com mais ninguém. Não sei como estão os dossiês dos possíveis jogadores da equipa, agora é que vou-me inteirar de tudo", afirmou, admitindo que o facto de conhecer 11 jogadores do plantel "é uma vantagem".

O treinador português garantiu que vai poder contratar três jogadores, e admitiu a possibilidade de contratar grandes jogadores, que podem ser portugueses, acrescentando: "Vou estar num clube que tem essa possibilidade [de contratar grandes jogadores], porque nunca tive".

Jesus anteviu "um campeonato muito complicado" com "grandes jogadores" e destacou o valor que está a ser reconhecido aos técnicos portugueses no estrangeiro.

"Hoje, todo o mundo sabe que o treinador português é o melhor treinador do mundo, ninguém tenha dúvidas disso. Andam todos a copiar-nos há alguns anos. E, portanto, isso deu a possibilidade dos treinadores portugueses serem requisitados para os grandes campeonatos do mundo", afirmou.

Na Arábia Saudita, Jorge Jesus vai encontrar os técnicos portugueses Nuno Espírito Santo, no Al Ittihad, e Pedro Emanuel, no Al Khaleej, aos quais deverá juntar-se Luís Castro, à frente do Al Nassr, de Cristiano Ronaldo.

O técnico de 68 anos volta ao Al Hilal, que orientou em 2018/19 e pelo qual conquistou uma Supertaça, depois de ter deixado o Sporting de forma conturbada, pouco tempo depois da invasão à Academia em Alcochete e de ter perdido a final da Taça de Portugal.

Jesus passou duas vezes pelo Benfica, tendo na primeira, entre 2009/10 e 2014/15, conseguido três campeonatos conquistados, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e cinco taças da Liga. Na segunda, entre 2020 e 2021, saiu da Luz sem qualquer troféu conquistado.

Antes da segunda passagem pelos "encarnados", Jorge Jesus treinou o Flamengo, pelo qual conseguiu a Taça dos Libertadores, em 2019, a Supertaça Sul-americana, em 2020, além do campeonato e supertaça do Brasil.

Em Portugal, além de Benfica e Sporting, passou, entre outros, por Estrela da Amadora, Belenenses e Sporting de Braga.

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