Volta a Portugal vai de Viseu a Viana sem esquecer o Algarve

Uruguaio Mauricio Moreira defende título de 2022. Prova terá 130 ciclistas de 19 equipas e poderá voltar a ser decidida no contra-relógio final.

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A Volta a Portugal começa a 9 de Agosto EPA/PEDRO SARMENTO COSTA

A Volta a Portugal mudou o roteiro, ligando Viseu a Viana do Castelo, mas repetiu o figurino de sempre, acrescentando desnecessários quilómetros "neutralizados" a uma 84.ª edição que confiará novamente num "crono" final para definir o vencedor.

Embora o número de quilómetros da Volta apresentada esta quinta-feira seja idêntico ao da passada edição - os ciclistas vão percorrer "apenas" mais 38,9km, num total de 1598,6km -, as distâncias entre partidas e chegadas, nomeadamente nas terceira e quarta tiradas, serão um factor extra de desgaste para um pelotão que terá ainda de "suportar" a canícula esperada entre 9 e 20 de Agosto.

A organização da prova rainha do ciclismo nacional inovou para ficar tudo igual, excepto o sempre reclamado - pelo público, não pelos corredores - regresso ao Algarve, que não figurava no traçado desde 2018, ou o contra-relógio da última etapa.

De resto, repetem-se os locais decisivos: a inevitável Torre, a primeira grande dificuldade, à quinta etapa, seguindo-se o Larouco, ponto mais alto de Montalegre (7.ª), e a Senhora da Graça (9.ª), antes do exercício individual de 16,3 quilómetros nas ruas de Viana do Castelo, com Joaquim Gomes, o director da Volta, a "abdicar" do Observatório de Vila Nova, em Miranda do Corvo, que em 2022, na sua primeira "presença" no percurso, foi "palco" de uma das mais espectaculares chegadas de etapa em anos recentes.

Com as dificuldades da prova todas concentradas na segunda metade, os cinco primeiros dias servirão para outros, que não os homens da geral, brilharem, a começar logo no prólogo de Viseu, meros 3,6 quilómetros que vão atribuir a primeira amarela.

Os cerca de 130 ciclistas, de 19 equipas (as nove portuguesas e 10 convidadas estrangeiras, entre as quais as quatro ProTeams espanholas) rumarão depois ao Velódromo Nacional, em Sangalhos (Anadia), ponto inicial dos 188,5 quilómetros até Ourém.

Seguem-se outras três tiradas reservadas a sprinters: a ligação de 177,3 quilómetros entre Abrantes e Vila Franca de Xira, a travessia entre Sines e Loulé (191,8), cidade que regressa ao percurso da Volta após 20 anos de ausência, e nova promissora jornada de altas temperaturas entre Estremoz e Castelo Branco (184,5) - só nestas duas etapas os ciclistas vão percorrer, a pedalar ou nos carros das equipas, quase 700 quilómetros.

Só ao sexto dia é que o uruguaio Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor) e os candidatos a "destroná-lo" enfrentarão o primeiro grande teste, nos 184,3 quilómetros entre Mação, estreante na Volta, e o alto da Torre, a única contagem de categoria especial do percurso que os ciclistas vão alcançar após 20,1 quilómetros de ascensão a partir da Covilhã.

Antes do dia de descanso, marcado para 16 de Agosto, há ainda tempo para a complicada chegada à Guarda, onde a meta coincide com uma contagem de montanha de terceira categoria, numa ligação de 168,5 quilómetros com partida em Penamacor.

Cumprida a jornada de pausa, o pelotão regressa à estrada para a penúltima das etapas de montanha, com a sétima tirada a unir Torre de Moncorvo ao alto do Larouco, em Montalegre, no total de 162,6 quilómetros, pontuadas por duas contagens de primeira categoria, a última das quais a coincidir com a meta.

O regresso do "sterrato" (terra batida) em Fafe está reservado para a oitava etapa, que parte de Boticas e cumpre 146,7 quilómetros, e antecede a sempre emblemática subida à Senhora da Graça, ponto final de 174,5 iniciados em Paredes, endurecidos por três contagens de primeira categoria.

Como sempre, o último dia será dedicado ao "crono", exercício que no ano passado valeu o triunfo da geral a Moreira, que destronou o seu colega português Frederico Figueiredo do primeiro lugar no derradeiro "suspiro" da Volta.

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