Bayern avança para Tuchel antes que alguém se antecipe

Bávaros trocam de treinadores antes da fase decisiva da época. Nagelsmann foi campeão, mas não ganhou o suficiente.

Foto
Tuchel, futuro treinador do Bayern Reuters/POOL

Ser campeão já não basta para um treinador do Bayern Munique ter segurança no trabalho. Os bávaros ganham como poucos clubes na Europa, mas ser campeão na Bundesliga é mesmo o mínimo esperado por quem quer que esteja no cargo. Julian Nagelsmann foi campeão na época passada, naquele que foi o décimo título consecutivo do Bayern, mas o clube entendeu que o jovem técnico de 35 anos, depois da derrota no último fim-de-semana com o Bayer Leverkusen, já não tinha condições para continuar. E não demorou tempo nenhum a encontrar substituto: avançou para Thomas Tuchel, antes que alguém chegasse a ele primeiro.

Nada ainda é oficial, mas já foi noticiado no jornal germânico Bild e por “insiders” bem informados e reproduzido por toda a imprensa europeia. Sai Nagelsmann, entra Tuchel, que estava sem trabalho depois de ter saído do Chelsea em Agosto do ano passado e era tido como alvo para a próxima época de vários “gigantes” que podem ficar sem treinador, como o Real Madrid (Ancelotti tem sido ligado à selecção brasileira), o PSG, ou o Tottenham, que despediu Antonio Conte e tem um interino ao comando.

Segundo o Bild, o Bayern achou que o treinador era o principal culpado pelos maus resultados da equipa, que está em segundo lugar na Bundesliga, um ponto atrás do Borussia Dortmund. E decidiu que era melhor avançar para a mudança durante a pausa das selecções, para dar algum tempo de trabalho ao novo treinador (Tuchel) de preparar o “der klassiker” com o Borussia a 1 de Abril no Allianz Arena.

É justo dizer que nem os jogadores do Bayern sabiam, a avaliar pela reacção de João Cancelo, quando confrontado com a notícia após o Portugal-Liechtenstein. “Não sabia. Fico um pouco surpreendido. Agradeço ao mister Nagelsmann, foi ele que me quis no Bayern. Apanhou-me desprevenido. Quando chegar, vou tentar encaixar ao máximo os conceitos do novo treinador. Espero que corra bem, temos muitos jogos importantes e o Bayern é sempre uma equipa que está pronta a ganhar tudo”, disse o lateral emprestado pelo Manchester City aos bávaros.

Nagelsmann chegou ao Bayern em 2021 com a fama de menino-prodígio dos bancos. Começou a treinar na Bundesliga em 2016 aos 28 anos, com o Hoffenheim, o técnico mais novo de sempre na liga alemã. Salvou a equipa da despromoção e, na época seguinte, levou o Hoffenheim ao quarto lugar e às pré-eliminatórias da Champions – foi eliminado pelo Liverpool. Em 2017-18, levou o Hoffenheim ao terceiro lugar e saiu para o RB Leipzig, onde esteve duas épocas.

Em 2021, o Bayern pagou ao clube da Red Bull 25 milhões de euros para ficar com Nagelsmann, que iria ocupar o lugar deixado vago por Hansi Flick, o novo seleccionador alemão. E, como todos os seus antecessores na última década, foi campeão, ganhando ainda duas Supertaças. Na presente temporada, a época não tem sido um desastre completo, como prova a presença nos quartos-de-final da Liga dos Campeões às custas do PSG. Mas, internamente, o Bayern tem sido menos eficiente do que é costume – 15 vitórias, sete empates e três derrotas na Bundesliga. E perdeu a liderança para o Borussia na jornada anterior.

Sai Nagelsmann, entra Tuchel, que é um desejo antigo do Bayern – os bávaros estavam interessados nele em 2018, mas o técnico aterrou no PSG. Tuchel, de 49 anos, tem tido uma carreira em ascensão, desde o Mainz até ao Borussia Dortmund (onde substituiu Jurgen Klopp), avançando depois para o PSG (onde conquistou seis títulos, incluindo dois campeonatos) e para o Chelsea (onde ganhou a Champions).

Tuchel será o oitavo técnico do Bayern desde 2011-12, época em a formação de Munique começou a sua série de dez títulos consecutivos. Na última década, foi Guardiola quem esteve mais tempo no cargo, aguentando três épocas consecutivas. Mas a lista é longa e distinta, incluindo ainda nomes como os de Jupp Heynckes, Carlo Ancelotti ou Hansi Flick, ou outros menos conhecidos como Niko Kovac e Willy Sagnol.

Sugerir correcção
Comentar