Van Der Poel soma terceiro “Monumento” ao vencer a Milão-San Remo

Neerlandês acabou com 15 segundos de vantagem sobre os restantes ocupantes do pódio, deixando o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) no quarto lugar.

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EPA/ROBERTO BETTINI

O ciclista neerlandês Mathieu Van Der Poel (Alpecin-Deceuninck) somou neste sábado o terceiro "Monumento" da carreira ao vencer a solo a clássica Milão-San Remo, à frente do italiano Filippo Ganna (INEOS), segundo, e do belga Wout van Aert (Jumbo-Visma), terceiro.

Foi ao fim de seis horas, 25 minutos e 23 segundos, uma longa jornada para concluir os 294 quilómetros entre Abbiategrasso e San Remo, na corrida com mais quilometragem da temporada, que o neerlandês somou novo capítulo de ouro no primeiro dos cinco "Monumentos" do ano.

Aos 28 anos, junta a "classicissima", a mais antiga das corridas de um dia, a duas vitórias na Volta a Flandres, após um dia em que se exibiu a grande nível e acabou com 15 segundos sobre os restantes ocupantes do pódio, deixando ainda o grande nome apontado ao triunfo, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), no quarto lugar.

Elevou os braços na Via Roma já depois de se impor na subida do Poggio, a "mítica" ascensão que tantas vezes decide esta corrida, cada vez menos de "sprinters" e velocistas, num dia em que o francês Julian Alaphilippe (Soudal-QuickStep) caiu a mais de 140 quilómetros da meta e ficou de fora.

Aí, nesse momento decisivo a 10 quilómetros da chegada, foi o belga Tim Wellens (UAE Emirates) a fazer a selecção num pelotão que "teimou" em seguir junto, sem ataques de nomes de relevo para lá da "inofensiva" fuga do dia, de sete elementos, absorvida a 27 quilómetros.

A preparar um ataque de Pogacar, o belga não conseguiu "abanar" os homens que viriam a compor o pódio final, seguindo o quarteto em conjunto para deixar Van Der Poel mostrar toda a classe e astúcia em cima da bicicleta, ganhando metros de vantagem que depois multiplicou na descida.

Depois de um discreto 15.º na Strade Bianche e uma passagem como lançador de outros pelo Tirreno-Adriático, o "classicómano" corria por fora aqui, face ao favoritismo "esmagador" de Pogacar, a ganhar quase tantos dias como os que decidia tentar nos primeiros meses do ano.

É o "hat-trick" em "Monumentos" para o pentacampeão mundial de ciclocrosse, 62 anos depois de o avô, o lendário Raymond Poulidor, ter erguido também os braços em San Remo.

"Sabia que a Milão-San Remo foi o único dos "Monumentos" que ele ganhou, e é bonito igualar, porque não temos muitas oportunidades aqui. Muitos grandes campeões nunca ganharam aqui. Estou orgulhoso", explicou, em conferência de imprensa.

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