Benfica autoritário na Madeira restaura vantagem de oito pontos para o FC Porto

Marítimo tentou ataque-surpresa, viu João Mário falhar um penálti, mas acabou subjugado pelos argumentos de uma “águia” insaciável.

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Neres bisou na Madeira Reuters/PEDRO NUNES

O Benfica venceu, este domingo, por 0-3, o Marítimo, resolvendo na segunda parte uma deslocação a um terreno sempre complicado, aproveitando para repor a vantagem de oito pontos para o FC Porto, dando início à contagem decrescente quando ficam a faltar dez jornadas para o desfecho do campeonato.

A 24.ª ronda acabou em ritmo de passeio para os "encarnados", depois de 45 minutos marcados por alguma ansiedade nos instantes iniciais e por uma forte dose de desinspiração na hora de definir os lances de ataque. Neres, com um bis (45+3 e 57'), e João Mário (50') foram os autores dos golos de uma tarde que deu para estrear os reforços Schjelderup e Tengstedt.

Sem Rafa e Gonçalo Guedes, as mais recentes baixas no grupo de Roger Schmidt, o Benfica mostrou a mesma consistência, voltando a não sofrer golos fora de casa: consentiu apenas quatro, três em Braga e um no Estoril.

Mas, voltando ao início: até entrou diligente o Marítimo, intenso, a pressionar alto e a condicionar o adversário. Era um início electrizante, uma ideia ambiciosa que o Benfica “matou” à nascença.

João Mário, com duas oportunidades gritantes para marcar, obrigou os madeirenses a puxarem o travão de emergência. René Santos, um trinco solidário com os centrais, passou a jogar cada vez mais perto de Zainadine e Mosquera, criando um fosso no meio-campo defensivo, umas vezes por culpa da dupla Xadas e Beltrame, outras pela dinâmica dos visitantes, em particular pelos movimentos de Aursnes. O norueguês surgia em todos os espaços, combinando especialmente bem com Grimaldo.

O guarda-redes brasileiro Marcelo Carné começava a destacar-se. Chiquinho ameaçou, mas foi Aursnes a testar Carné em lance que originou o penálti desperdiçado por João Mário.

À passagem da primeira meia hora não restavam dúvidas relativamente a quem mandava no jogo, faltando apenas o golo para confirmar a avalanche "encarnada".

Aliviado pela tarde não de João Mário, o Marítimo respondeu num lance em que Cláudio Winck colocou a bola no fundo das redes de Vlachodimos... prontamente anulado por posição irregular. Os locais tentavam aproximações, invariavelmente por Pablo Moreno e Léo Pereira, procurando equilibrar.

Mas o verdadeiro perigo residia nos pés de Neres, que, depois de uma intervenção milagrosa de Carné, deu ao Benfica a vantagem que os primeiros 11 remates das “águias” não consubstanciaram, com um golo servido por João Mário em período de compensação.

Acabava aí a resistência insular, realidade confirmada por João Mário praticamente a abrir a segunda metade, em lance que a defesa local (a mais batida da Liga) deixou a bola escapar para o médio goleador dos “encarnados” se redimir, igualando o colega Gonçalo Ramos no topo dos melhores marcadores, com 15 golos.

O Benfica tinha via aberta para repor os oito pontos de vantagem para o perseguidor directo, não precisando, sequer, de acelerar para chegar ao terceiro golo, o segundo de Neres, num cruzamento de Grimaldo.

A equipa de Roger Schmidt aproveitava para reforçar a condição de ataque mais concretizador do campeonato, numa demonstração de força que não deixou margem de manobra para que o Marítimo tentasse sequer reduzir a diferença e ameaçar voltar a jogo.

Até final não houve grandes ocasiões para alterar o resultado, apesar de João Neves ter obrigado Carné a mais uma boa intervenção, com o Benfica a justificar a diferença e a regressar a casa com menos um obstáculo no sprint final do campeonato.

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