Lembram-se da história de A Mandíbula de Caim, o puzzle literário que tem deixado vários leitores obcecados por esse mundo fora e que por cá também já teve mais do que uma edição pela Lua de Papel? Aquele livro que foi publicado originalmente em 1934, pelo autor das palavras cruzadas crípticas do jornal inglês The Observer Edward Powys Mathers (1892-1939), que assinava Torquemada. E que através de crowdfunding voltou às livrarias britânicas em 2019 pela editora Unbound. E com essa edição nas mãos, um único leitor conseguiu resolver o enigma deste puzzle literário em 2020 (durante a pandemia): o escritor e humorista britânico John Finnemore.

Pois a Unbound anunciou que no início do próximo ano vai ser publicada uma sequela de A Mandíbula de Caim, que para já chamar-se-á Untitled Mystery: A New Cain’s Jawbone Puzzle (o título está a ser mantido em segredo) - e o autor desse livro é o próprio John Finnemore!

Não será bem uma sequela porque é uma história inteiramente nova. À revista The Bookseller, o editor John Mitchinson, da Unbound, explicou que John Finnemore vai ser recordado como a única pessoa que nos últimos 85 anos conseguiu resolver aquele enigma, por isso consideraram que seria a pessoa certa para lançar um novo desafio. O autor, como não encontrou outro puzzle do mesmo género para se divertir, resolveu inventar ele um. 

O Untitled Mystery: A New Cain’s Jawbone Puzzle vai ter 100 páginas que também estarão fora da ordem, além de 100 imagens, que terão de ser decifradas pelos leitores, onde se encontram pistas. Já se sabe que na trama haverá 10 assassinatos e que o livro vem com 100 cartões postais ilustrados.

 

 

Companheiros da Penumbra é um "livro de BD que tem realmente a música no seu centro", escreve Mário Lopes no Ípsilon desta sexta-feira. O jornalista trocou emails com Nunsky, o autor. Esta obra, editada pela Chili com Carne, "segue os passos, sonhos, fantasias, excessos, bebedeiras de caixão à cova, charros mil, encontros, desencontros e frustrações de um grupo de amigos unidos pela devoção aos sons e cultura do rock gótico". Podem ler aqui. 

Também no Ípsilon, uma entrevista da jornalista Isabel Lucas com a escritora Maggie O' Farrell a propósito do seu novo romance Retrato de Casamento (Relógio D'Água) mas também do anterior Hamnet.

Foi D. Manuel quem mandou fazer o Livro das Fortalezas. Foi assim que Duarte de Armas percorreu a zona raiana de uma ponta a outra. Novo livro segue-lhe as pisadas no Alentejo, com um drone, conta-nos a jornalista Lucinda Canelas neste artigo

Helder Luís escreveu o livro Sardinha – O sem fim da pesca do cerco (ed. Câmara Municipal da Póvoa de Varzim) e Abel Coentrão escreve sobre ele.

Os livros de 007 estão a ser revistos para as novas edições que chegarão ao mercado britânico durante este ano, mas não é a primeira vez (artigo também da jornalista Lucinda Canelas). E numa crónica Maria João Marques dá a sua opinião

Miguel Esteves Cardoso foi à Livraria Galileu, em Cascais. A jornalista Teresa Serafim conversou com Alessandro De Angelis sobre Galileu. E a jornalista Bárbara Reis entrevistou a filósofa Maria Filomena Molder

Há 60 anos nascia a Mônica e o seu criador, Mauricio de Sousa, deu uma entrevista à Folha de S. Paulo

 

Esta semana chegam às livrarias

NÃO-FICÇÃO

A Biblioteca de Estaline - Um ditador e os seus livros
Autoria: Geoffrey Roberts
Tradução de Frederico Pedreira
Editora: Livros Zigurate
386 págs., 23,90€
Nas livrarias a 2 de Março
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"Este livro examina Estaline através de uma perspectiva diferente — como um idealista dedicado e um intelectual activista que valorizava as ideias na mesma medida em que valorizava o poder, um homem que não poupava esforços para se educar a si mesmo, uma mente inquieta, lendo sempre em prol da revolução até aos seus últimos dias. Este livro conta a história da criação, fragmentação e parcial ressurreição da sua biblioteca pessoal. Analisa os livros que Estaline leu, a forma como os leu e aquilo que esses livros lhe ensinaram", escreve o historiador Geoffrey Roberts no capítulo Tirano sanguinário e rato de biblioteca. "Um tirano sanguinário, um político-máquina, uma personalidade paranóica, um burocrata sem piedade e um fanático ideológico. Até certo ponto, Estaline correspondeu a todos estes estereótipos. Mas era também um intelectual que se dedicava incessantemente à leitura, à escrita e à edição – actividades solitárias pontuadas pelas reuniões em que participava e pelos discursos que fazia. Os textos, escritos e falados, eram o seu mundo", esclarece também o autor. Um lançamento deste livro e de um outro da mesma editora, História Mundial da Esquerda, do historiador Shlomo Sand, acontece na sessão Para que Serve a Esquerda (Olhada também pela Direita), com Ricardo Araújo Pereira, Raquel Varela, Pedro Mexia e João Pereira Coutinho, no dia 6 de Março, às 18h30, no espaço Âmbito Cultural do El Corte Inglés, em Lisboa.

A jornalista Teresa de Sousa entrevistou o historiador Shlomo Sand a propósito deste seu livro e a entrevista pode ser lida no Leituras

FICÇÃO

Uma Herança
Autoria: Miguel Bonnefoy
Tradução: Miguel Freitas da Costa
Editora: Edições Asa
192 págs., 15,90€
Nas livrarias a 28 de Fevereiro
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"Em Uma Herança, Bonnefoy lança sobre o leitor um fascínio trágico-cómico que lembra Gabriel García Márquez", escreveu o The New York Times Book Review. Vencedor do Prémio dos Livreiros Franceses, Uma Herança foi finalista do prémio Goncourt, do Femina e do Grande Prémio da Academia Francesa. O escritor francês cresceu na Venezuela e em Portugal e vive em Berlim, na Alemanha. Este é "um romance sobre desenraizamento e recomeço, a luta entre as forças da vida e as forças da destruição, a exaltação dos sonhos e a melancolia do desencanto", escreveu o Le Figaro. "O livro combina um conjunto de histórias pessoais vividas por três gerações de uma mesma família, os Lonsonier, e momentos-chave da História mundial", resume a editora. Começa assim: "Lazare Lonsonier estava a ler no banho quando a notícia da Primeira Guerra Mundial chegou ao Chile. Nessa época, tinha ganho o hábito de folhear o jornal francês, a doze mil quilómetros de distância, mergulhado numa água perfumada por cascas de limão, e, mais tarde, quando regressou da frente com metade de um pulmão, tendo perdido dois irmãos nas trincheiras do Marne, nunca conseguiu realmente separar o aroma dos citrinos do dos obuses." No Leituras fizemos uma pré-publicação

THRILLER

Uma Luz no Escuro
Autoria: Stacy Willingham
Tradução: Maria Dulce Guimarães da Costa e Vasco Teles de Menezes
Editora: Bertrand
376 págs., 18,90€
Nas livrarias a 2 de Março
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Seis raparigas desapareceram em Breaux Bridge, na Luisiana. Nessa época, Chloe Davis tinha 12 anos e o seu pai confessou ser o autor das mortes. Foi ela quem descobriu as provas que o incriminaram. Foi preso e condenado a prisão perpétua. Vinte anos mais tarde, Chloe trabalha como psicóloga e começam a desaparecer adolescentes em circunstâncias idênticas. Este thriller psicológico é uma primeira obra, traduzida em 30 países e a ser adaptado para televisão. "Eu pensava que sabia o que eram monstros. Costumava imaginá-los como sombras misteriosas escondidas atrás da minha roupa pendurada, debaixo da cama, no bosque. Eram uma presença que conseguia sentir fisicamente atrás de mim, a aproximarem-se quando eu vinha da escola para casa, no clarão do Sol a pôr-se. Não sabia como descrever a sensação, mas simplesmente sabia que estavam lá. O meu corpo conseguia senti-los, sentir o perigo, daquela maneira que a nossa pele parece formigar exatamente antes de uma mão se pousar num ombro desprevenido. O momento em que nos apercebemos de que aquela sensação que tínhamos era um conjunto de olhos que se enterram na parte de trás do nosso crânio, escondidos atrás dos ramos de um denso arbusto. E havia um monstro em especial que aprendi a temer mais do que todos os outros."

Até para a semana.