Promover a força do interior do país? É preciso e existe um Programa para isso

A 5ª edição do Promove já começou, um programa da Fundação “la Caixa” e do BPI em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que procura dinamizar o interior de Portugal.

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Foi em 2018 que a Fundação “la Caixa” iniciou a sua implantação em Portugal. Desde então, muitas têm sido as ideias abraçadas e as vidas nas quais o seu impacto foi bastante positivo. Este ano, por exemplo, destinou 40 milhões de euros a projectos de cariz social, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. O objectivo continua a ser o mesmo: alcançar um investimento de 50 milhões de euros anuais, assim que todos os programas estiverem implementados e a funcionar de forma plena.

O Programa Promove é um dos marcos neste que tem sido o trajecto traçado pela Fundação “la Caixa”. Este é o ano da sua 5ª edição e até agora foram 46 os projectos que beneficiaram do seu apoio, bem como 22 ideias inovadoras. E se ainda não conhecia o programa, chegou a altura de tirar todas as dúvidas.

Mas afinal, em que consiste o Promove?

Este programa, da Fundação “la Caixa” e do BPI em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tem como missão apoiar projectos e ideias que sejam uma mais-valia para o desenvolvimento sustentável de regiões no interior de Portugal. Dedica-se a apoiar a fundo perdido: projectos-piloto e ideias inovadoras nas áreas de gestão eficiente de recursos naturais, criação de novos pólos de especialização, atracção de turismo e novos residentes, projectos de investigação nos domínios das águas termais, parques e reservas naturais, estudos sobre riscos biológicos e promoção de novas culturas e produtos naturais.

Na edição deste ano, a parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), iniciada em 2020, mantém-se, com o intuito de dinamizar projectos de I&D que prestem o seu contributo para o desenvolvimento das regiões do interior, com base na geração de novo conhecimento e na inovação. Também aqui, a proposta é a de valorização dos recursos e competências locais e de reforço dos recursos humanos qualificados.

Segundo Artur Santos Silva, Curador da Fundação ”la Caixa” e Presidente Honorário do BPI, este foi um programa criado para “complementar os instrumentos já existentes, nomeadamente quer os programas de fundos estruturais, quer os apoios à investigação geridos pela FCT, com uma filosofia de lançar sementes e apontar caminhos. Neste sentido, procurou-se criar um instrumento flexível e de acesso simplificado, face às exigências dos programas de financiamento públicos ditadas pela origem e dimensão dos respectivos fundos. O objectivo é viabilizar projectos-piloto e projectos de investigação de média dimensão, com uma duração até 3 anos, que possam gerar inovação, novos conhecimentos, dinâmica económica e demográfica que contribuam para preservar e explorar de forma sustentável o vasto património endógeno, material e imaterial, das regiões do interior”.

E se há algo que se pode fazer, ao fim de 5 edições, é um balanço bastante positivo. “O programa foi lançado em 2018 apenas para projectos-piloto e com apoios concedidos de 407 mil euros e uma única linha, a de projectos-piloto. Ao longo das 3 edições subsequentes, assistiu-se a um forte crescimento do alcance e do âmbito de intervenção do programa, quer em termos do tipo de iniciativas apoiadas, quer da área geográfica abrangida, tendo os apoios atribuídos sido multiplicados por 9 (€3,6 milhões em 2022), em função não só do crescimento do contributo da Fundação "la Caixa", como também, a partir de 2020, da parceria de co-financiamento com a FCT", acrescenta Artur Santos Silva."

A quem se dirige?

O Promove é dirigido a empresas, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, entidades privadas sem fins lucrativos e centros de investigação, individualmente ou em regime de consórcio. Tal como aconteceu nos anos anteriores, as iniciativas apoiadas dividem-se em três categorias: Projectos-piloto inovadores, Projectos de I&D mobilizadores e Ideias com potencial para se tornarem projectos-piloto inovadores, com apoios de até 150.000€ para os projectos-piloto e até 250.000€ para os projectos I&D mobilizadores. Às ideias são atribuídos prémios de 5.000€.

No caso dos projectos-piloto, importa saber que as candidaturas devem ser lideradas por empresas, sob qualquer forma jurídica e dimensão, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional ou outras entidades privadas sem fins lucrativos, individualmente ou em regime de consórcio.

Quanto aos projectos I&D mobilizadores, devem ser liderados por unidades de I&D que tenham tido a classificação de Muito Bom ou Excelente na mais recente avaliação por parte da FCT. Esta candidatura pode ter como parceiras quaisquer entidades não empresariais do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, tais como instituições do Ensino Superior, Laboratórios do Estado ou internacionais com sede em Portugal, instituições privadas sem fins lucrativos que tenham como objecto principal actividades de I&D ou que desenvolvam ou participem em actividades de investigação científica, Entidades da Administração Central e Local e do sector público empresarial, e ainda empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica.

Já as candidaturas de ideias devem ser lideradas e constituídas por estudantes do ensino superior que, no momento da apresentação da candidatura, se encontrem inscritos nos ciclos de licenciatura, mestrado ou doutoramento em Universidades e Institutos Politécnicos localizados nas áreas geográficas abrangidas pelo Programa.

Com uma nova edição já em curso, as perspectivas para o futuro são muitas. “Para a edição 2023, melhorámos a plataforma informática e os formulários do concurso e esperamos a continuação do reforço do número e, sobretudo, da qualidade das candidaturas, que determinará o crescimento do orçamento dedicado ao programa”, refere Artur Santos Silva, acrescentando em seguida: “No caso dos projectos-piloto, que é a tipologia mais madura, gostávamos de assistir a um crescimento do número de projectos candidatados na área temática 'Novos pólos de desenvolvimento', a menos procurada, tal como seria desejável que aumentassem os projectos localizados em concelhos de regiões do Sul, até agora os menos representados.

Para os projectos I&D mobilizadores, a linha mais recente, um crescimento do número de candidaturas nas áreas das termas, de pragas e riscos biológicos e de novas culturas e produtos naturais, as menos procuradas, apresentados por centros de investigação localizados no Alto Alentejo e Algarve, até agora pouco presentes."

O que falta? Tratar da candidatura.

Quatro edições de sucesso e uma 5ª lançada, razões não lhe faltam para submeter a sua candidatura. Mas antes de o fazer, saiba que as candidaturas começaram já no dia 24 de Novembro e terminam no dia 24 de Janeiro, pelas 23h59. Anote as datas na agenda, tire todas as dúvidas no site da iniciativa e não perca tempo. A sua iniciativa inovadora pode ser a próxima a Promover o interior do país!

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