Cartas ao director

Guerra da Rússia na Ucrânia

Claro que é um assunto que interessa a todos: russos, ucranianos, europeus e americanos e o resto do mundo conta pouco. O mais absurdo é que guerras cruéis e primitivas estão a ocorrer na parte pressupostamente mais civilizada e desenvolvida deste mundo.

Quanto aos russos, pessoalmente não tenho nada contra. Até ando a prender russo e já sou capaz de ler algumas palavras do cirílico. É difícil. Não tenho é qualificativos para a meia dúzia que planeou com cientismo toda a operação, e, quiçá, com pouco sucesso. Quanto aos ucranianos, são uns heróis como já não se via há séculos. Merecem toda a nossa admiração e apoio, porque estão a defender um território em que nalguns aspectos as pessoas se comportam com indiferença e lassidão em relação às dificuldades com que os ucranianos se confrontam para sobreviverem e defender o que é o mundo ocidental.

Abílio Vilariça, Portela de Sacavém

Porque aumentou o ISP?

Não consigo compreender a razão pela qual António Costa aumentou o ISP, impedindo assim uma baixa mais significativa do preço dos combustíveis. António Costa continua a dar, como diz o ditado, “uma no cravo e outra na ferradura”, pois, se assim não fosse, tinha mantido o ISP no valor em que estava. Por vezes, tal como aconteceu agora com a subida do ISP, não consigo entender o raciocínio do primeiro-ministro. Erro meu? Provavelmente.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

A liberdade de voto dos deputados

Agora foi a vez de o PSD dar liberdade de voto aos seus deputados na votação sobre a eutanásia. Parece que todos se esquecem que essa liberdade de voto é garantida pelo artigo 155 da Constituição, e que a disciplina partidária é que é anticonstitucional. Como há certas matérias em que a disciplina partidária é necessária ao bom funcionamentos das instituições, como sejam as votações de orçamentos ou moções de censura ou confiança ao governo, acho que seria de aproveitar a revisão da Constituição para alterar o tal Artigo 155 que ninguém cumpre e garantir a liberdade de voto dos deputados, excepto nos casos referidos.

Carlos Anjos, Lisboa

Trump enfraquece a América

Os EUA são uma potência, mas na prática dificilmente se mostram com a eficácia que essa circunstância lhes exigiria, tal a debilidade que as suas instituições revelam, face a meio mundo, por não conseguirem resolver os seus próprios conflitos internos. Viveu-se na era Trump com uns EUA pouco voltados para o diálogo político e de segurança, nomeadamente com a Europa, sua velha aliada. A eleição de Biden veio devolver uma certa normalidade, as costas deixaram de estar voltadas, mas o síndrome trumpista de ser Presidente a qualquer preço, independentemente dos meios, afecta nitidamente a sua imagem, enfraquece a América.

Os acontecimentos do Capitólio, o seu assalto por uns tantos em fúria, a quase certeza de Trump ter ido ao ponto de não poupar uma tão marcante instituição da democracia norte-americana na cegueira de permanecer num cargo de que fora afastado pelo voto popular, a sua aparente condenação sem consequências minam as consciências de quem advogue o sonho americano. Trump quer agora a extinção da Constituição, que jurou, porque entende que deixou de servir os seus propósitos, mas a reacção dos poderes instituídos é tão débil, a começar pela própria Administração Biden, que Trump tenderá a continuar a ter campo aberto para as suas atoardas egocêntricas e extremistas.

Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha

Eutanásia: para que serve o Parlamento?

Em democracia, com um Parlamento livremente eleito por todos em idade de o fazer, continuar a insistir num referendo à eutanásia é um retrocesso democrático. É menorizar a incumbência parlamentar, é malbaratear o trabalho de 230 deputados. Para que serve o Parlamento?
No caso concreto da eutanásia a discussão dura há décadas, sendo demasiado evidente que quem propõe sempre os referendos é quem está contra que pelos vistos também será contra a democracia representativa.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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