Debaixo dos quentes raios de sol do México, a jaguar fêmea Zazil espreguiça-se. Com o pêlo coberto de pintas, a jaguar (ou onça-pintada) que nasceu em cativeiro é uma das principais candidatas para ajudar a melhorar as populações selvagens desta espécie ameaçada.

O parque de conservação Reino Animal, no México, é uma zona de conservação que fica a 56 quilómetros para nordeste da Cidade do México. É lá que está Zazil, ainda que a queiram mudar (a si e aos seus futuros filhos) para umas novas instalações.

O destino final das crias é a liberdade: depois de dois anos sem interacção com humanos, o objectivo é libertar as crias para o meio selvagem. Os animais criados em cativeiro em contacto com humanos ou aqueles resgatados do mercado negro de animais exóticos não podem ser soltos na natureza.

Os trabalhadores deste centro esperam que os jaguares libertados se reproduzam na natureza, aumentando as populações locais que têm sido dizimadas pela desflorestação, pela caça e pela deterioração de habitats.

Este é um dos maiores felinos da América e também um dos mais ameaçados. Segundo um Censos publicado no ano passado, só há cerca de 4700 jaguares selvagens no México.

O santuário de animais Reino Animal começou a funcionar há um ano com a ajuda da fabricante italiana de chocolates Ferrero e alberga agora sete jaguares nos seus 5000 metros quadrados. Nesta extensão estão previstos 1000 metros quadrados para criar jaguares e libertá-los posteriormente na natureza.

Alguns destes animais foram maltratados quando eram mantidos como animais de estimação exóticos. Limaram-lhes os dentes, tiraram-lhes as garras e queimaram-lhes os nervos das patas para impedir que as garras voltassem a crescer.

Muito do comércio ilegal de animais no México acontece nas redes sociais, dizem os activistas ambientais. A manutenção de cada um destes jaguares custa ao santuário Reino Animal um total de 40 mil pesos por mês (cerca de 2000 euros), pagos através do turismo e da parceria com a Ferrero.